PARTE SETE

Como Conseguir o que Você Realmente Quer


“São puras todas as emoções que aglutinam e elevam você; é impura a emoção que pega apenas uma parte do seu ser, e assim o distorce.”


- RAINER MARIA RILKE

DÊ-ME O PRIMEIRO ATAQUE.(*) — Elvis Presley sempre pedia a primeira dose assim, cumprindo um bizarro ritual diário, destinado a providenciar para que dormisse, depois de uma noite de extenuante desempenho. O assistente de Elvis abria o primeiro envelope e lhe dava “o de sempre”: um sortimento multicolorido de barbitúricos (Amytal, Carbrital, Nembutal ou Seconal), Quaaludes, Valium e Placidyl, seguindo-se três doses de Demerol, injetadas logo abaixo das omoplatas.
(*) Goldman, Albert, “Down at the End of Lonely Street”, revista Life, junho de 1990.


Antes que Elvis dormisse, o pessoal da cozinha, que se mantinha de plantão vinte e quatro horas por dia, punha-se a trabalhar. Apostava-se quanta comida ele conseguiria consumir antes de pegar no sono. Tipicamente, ele comia três cheeseburgers e seis ou sete banana splits, antes de apagar. Muitas vezes, seus assistentes tinham de remover alimentos de sua traquéia, para que ele não sufocasse até a morte. Elvis dormia durante cerca de quatro horas, antes de voltar a se agitar.


Tão tonto que tinha de ser carregado para o banheiro, ele fazia o segundo pedido com um débil puxão na camisa do assistente.
Elvis era incapaz de tomar as drogas sozinho, e por isso o assistente enfiava as pílulas em sua boca, e despejava água para que descessem pela garganta.


Elvis quase nunca conseguia pedir o terceiro ataque. Em vez disso, como uma questão de rotina, um assistente ministrava a dose, e deixava-o dormir até o meio da tarde, quando o inchado astro do rock impulsionava o corpo com Dexedrine e chumaços de algodão com cocaína metidos nas narinas, antes de aparecer outra vez no palco.

No dia de sua morte, Elvis permaneceu lúcido, e saltou todos os “ataques” para tomar uma dose fatal. Por que um homem assim, adorado pelos fãs no mundo inteiro e parecendo ter tudo, abusava tanto de seu corpo, e ao final acabou com a própria vida, de uma maneira horrível?

Segundo David Stanley, meio-irmão de Elvis, era porque ele preferia ficar drogado e entorpecido, a se sentir consciente e angustiado.(*) (*) Goldman, Albert, “Down at the End of Lonely Street”, revista Life, junho de 1990. 

Infelizmente, não é difícil lembrar outras pessoas famosas — pessoas no topo de suas profissões, nas artes ou nos negócios — que também provocaram a própria morte, de uma forma direta ou indireta. Basta pensar em escritores como Ernest Hemingway e Sylvia Plath, atores como William Holden e Freddie Prinze, cantoras como Mama Cass Elliot e Janis Joplin. O que essas pessoas têm em comum? Primeiro, não estão mais conosco, e todos sentimos sua perda. Segundo, todas receberam uma promessa de que “Algum dia, alguém, de alguma forma, alguma coisa... e então eu serei feliz”. Mas quando alcançaram o sucesso, quando chegaram ao auge, e puderam ver de perto o Sonho Americano, descobriram que a felicidade ainda se esquivava. E, assim, continuaram a persegui-la, mantendo a angústia da existência a distância com a bebida, o fumo, comida em excesso, até que encontraram o fim por que tanto ansiavam. Nunca descobriram a verdadeira fonte da felicidade.


O que ficou demonstrado por essas pessoas é algo bastante familiar para muita gente:

1) Não sabiam o que realmente queriam da vida, e por isso se distraíram com uma variedade de ânimos artificiais alterantes.

2) Desenvolveram não apenas trilhas neurológicas, mas vias expressas para a dor. E seus hábitos as levavam a percorrer esses caminhos numa base regular.

Apesar de alcançarem o nível de sucesso com que outrora haviam apenas sonhado, e apesar de cercadas pelo amor e admiração de milhões de fãs, tinham muito mais referências para a dor. Tornaram-se eficientes em gerá-la, depressa e com facilidade, porque haviam criado linhas-troncos para alcançá-la. 

3) Não sabiam como fazer para se sentirem bem.Tinham de recorrer a alguma força exterior para ajudá-las a lidar com o presente.

4) Nunca aprenderam as engrenagens de como orientar conscientemente o foco de suas mentes. Permitiram que a dor e o prazer do ambiente as controlasse, em vez de assumirem o controle.

Agora, compare essas histórias com uma carta que recebi recentemente de uma mulher que utilizou meu trabalho para mudar de um jeito total e absoluto a qualidade de sua vida: Prezado Tony: Fui bastante maltratada durante toda a minha vida, desde a infância até a morte de meu segundo marido. Em decorrência dos abusos e traumas profundos, desenvolvi uma doença mental conhecida como Distúrbio de Múltipla Personalidade, com quarenta e nove personalidades diferentes. Nenhuma das minhas personalidades tinha conhecimento das outras, ou o que acontecera em cada uma de suas vidas. 

O único alívio que eu tinha, em quarenta e nove anos de existência como uma múltipla, assumia a forma de um comportamento autodestrutivo. Sei que parece estranho, mas a automutilação me proporcionava algum alívio. Depois de uma das minhas muitas tentativas de suicídio, fui internada num hospital, e entregue aos cuidados de um médico. A fim de integrar as personalidades, eu precisava voltar ao trauma original que criara cada personalidade. Esse trauma devia ser lembrado, revivido, sentido. Cada um dos meus alteres cuidava de uma função específica, uma capacidade seletiva de recordação, e em geral tinha um único tom emocional. Trabalhei com um especialista no campo da MPD, e ele me ajudou a integrar todas as quarenta e nove personalidades em uma só. O que me sustentou ao longo de todos os diferentes processos que usamos foi o sentimento de que muitas das minhas personalidades eram bastante infelizes, e que minha vida se tornara tão caótica (um alter não sabia o que o outro fazia, e nos descobríamos em todos os tipos de lugares e situações, a tal ponto que não tinha a menor lembrança depois que ocorria a troca). Pensamos que seríamos felizes ao nos tornarmos uma só — o supremo objetivo. 

Essa foi minha concepção errada. E que tremendo choque! Vivi um ano de inferno. Descobri-me extremamente infeliz, e lamentando por cada uma das minhas personalidades. 

Sentia saudade de cada uma das minhas pessoas, e às vezes as queria de volta, do jeito como eram antes. O que era muito difícil, e cometi mais três tentativas de suicídio naquele ano, até ser outra vez internada num hospital. 

Durante o último ano, assisti por acaso seu programa na TV, e encomendei sua série de fitas para trinta dias, Poder Pessoal. Escutei-as muitas vezes, absorvendo qualquer coisa que pudesse usar. Minha abertura surgiu quando comecei a escutar suas POWERTALK mensais. 

Aprendi com você coisas como um ser único que nunca aprendera como uma múltipla. Aprendi, pela primeira vez em cinqüenta anos, que a felicidade vem de dentro. Como um ser único, tenho agora as lembranças dos horrores que cada uma das quarenta e nove personalidades sofreu. 

Quando essas lembranças afloram, sou capaz de contemplá-las, e se por acaso se tornam insuportáveis, posso agora mudar o foco, como aprendi com você, e não de uma forma dissociativa, como fazia antes. Não preciso mais entrar num transe de amnésia, e assumir outra personalidade. 

Estou aprendendo mais e mais sobre mim mesma, e também aprendendo a viver como um ser único. Sei que tenho um longo caminho a percorrer, e muita exploração a realizar. 

Comecei a definir meus objetivos, e a planejar como alcançá-los. 

Por enquanto, já estou emagrecendo, e pretendo atingir meu peso ideal no Natal (um belo presente para mim). Também sei que gostaria de ter um relacionamento com um homem, saudável, sem abusos. Antes de ser internada no hospital, eu trabalhava na IBM, e tive quatro pequenas empresas. Hoje, estou dirigindo uma nova empresa, muito satisfeita com o aumento nas vendas que consegui promover, depois que recebi alta do hospital. 

Passei a conhecer melhor meus filhos e netos, mas, ainda mais importante, passeia conhecer a mim mesma!(*) Atenciosamente, Elizabeth Pietrzak (*) Publicada com permissão. Hoje, essa corajosa mulher não apenas voltou a trabalhar, mas também faz serviços voluntários num hospital. 

O QUE VOCÊ QUER?

Pergunte a si mesmo o que realmente deseja na vida. Quer um casamento amoroso, o respeito de seus filhos? Quer muito dinheiro, carros velozes, um empreendimento próspero, visitar lugares exóticos, ver pessoalmente monumentos históricos? Quer ser idolatrado por milhões de pessoas como artista do rock, ou se tornar uma celebridade com sua estrela no Hollywood Boulevard? Quer deixar sua marca para a posteridade como o inventor de uma máquina de viajar no tempo? Quer trabalhar como Madre Teresa para salvar o mundo, ou assumir um papel ativo na criação de um impacto ecológico?

Qualquer que seja a coisa que você queira ou anseie, deve perguntar a si mesmo: “Por que eu quero isso?” Não deseja belos carros, por exemplo, porque no fundo anseia pelos sentimentos de realização e prestígio que acha que acarretariam? Por que deseja uma vida familiar maravilhosa? É porque acha que lhe proporcionará sentimentos de amor, intimidade, afeição? Quer salvar o mundo por causa dos sentimentos de contribuição e fazer uma diferença que acredita que isso lhe trará? Em suma, não é verdade que no fundo você quer apenas mudar a maneira como se sente? Tudo se resume ao fato de que você quer essas coisas ou resultados porque as encara como um meio de alcançar determinados sentimentos, emoções ou estados que deseja. 

Quando beija alguém, o que o faz se sentir bem naquele momento?

E o tecido úmido em contato com tecido humano que desencadeia o sentimento? Claro que não! Se fosse verdade, beijar seu cachorro proporcionaria a mesma coisa! Todas as nossas emoções nada mais são do que uma agitação de tempestades bioquímicas no cérebro... e podemos acioná-las a qualquer momento. Mas primeiro devemos aprender a assumir o controle consciente delas, em vez de viver em reação. A maioria das reações emocionais são adquiridas do ambiente. Modelamos deliberadamente algumas, e tropeçamos em outras.

A mera consciência desses fatores é a base para a compreensão do poder do estado. Sem a menor dúvida, tudo o que fazemos é para evitar a dor ou obter prazer, mas podemos mudar de imediato aquilo que acreditamos que vai levar à dor ou ao prazer, pela reorientação do foco e pela mudança dos estados mental-emocional-fisiológico. Como eu disse no Capítulo 3 de Unlimited Power. 

Um estado pode ser definido como a soma de milhões de processos neurológicos acontecendo dentro de nós — a soma total de nossas experiências em qualquer momento determinado. A maioria dos estados ocorre sem qualquer orientação consciente de nossa parte.

Vemos algo, e reagimos com o ingresso num estado. Pode ser um estado fértil e útil, ou pode ser um estado árido e limitador, mas não há muito que a maioria das pessoas possa fazer para controlá-lo.

Você já se descobriu incapaz de recordar o nome de um amigo? Ou como soletrar uma palavra “difícil”... como ‘‘sonho”? Como não foi capaz? Sabia a resposta, com certeza. Porque é estúpido? Não, porque se encontrava num estado de estupidez! A diferença entre uma atuação medíocre ou brilhante não se baseia na sua capacidade, mas sim no estado de sua mente e/ou corpo em qualquer momento determinado. Você pode ser talentoso, com a coragem e determinação de Marva Collins, a graciosidade e elegância de Fred Astaire, a força e resistência de Nolan Ryan, a compaixão e inteligência de Albert Einstein... mas se submergir continuamente em estados negativos, nunca realizará essa promessa de excelência.

Mas se conhecer o segredo do acesso a seus estados mais férteis, poderá literalmente fazer maravilhas. O estado em que você se encontra em qualquer momento específico determina suas percepções da realidade, e em conseqüência suas decisões e comportamento. Em outras palavras, seu comportamento não é o resultado de sua capacidade, mas do estado em que se encontra no momento. Para mudar sua capacidade, mude seu estado. Para aproveitar os incontáveis recursos que existem dentro de você, ingresse num estado de aproveitamento e expectativa ativa... e observe os milagres ocorrerem!

Mas como podemos mudar nossos estados emocionais? Pense em seus estados como a operação de um aparelho de televisão. Para ter “cores firmes, com um som incrível”, é preciso ligar o aparelho. Ligar sua fisiologia é como dar ao aparelho a eletricidade de que precisa para operar. Se você não tem o essencial, não terá imagem, nem som, apenas uma tela vazia. Da mesma forma, se você não se ligar, usar todo o seu corpo, em suma, sua fisiologia, pode se descobrir incapaz de soletrar “sonho”. Alguma vez já acordou para cambalear ao redor, incapaz de pensar com clareza ou funcionar direito, até que se movimentou o suficiente para o sangue fluir melhor? Depois que a estática acaba, você está “ligado”, e as idéias passam a fluir. Se você se encontra no estado errado, não vai obter qualquer recepção, mesmo que tenha as idéias certas.

Depois que você está ligado, é claro, precisa sintonizar com o canal certo, a fim de alcançar o que realmente deseja. Mentalmente, deve focalizar aquilo que o fortalece. Não importa o que você focalize — qualquer coisa em que sintonizar — vai sentir com mais intensidade.

Portanto, se não gosta do que está fazendo, talvez seja o momento de mudar o canal.

Há sensações ilimitadas, meios ilimitados de encarar praticamente qualquer coisa na vida. Se o que você faz não funciona, mude o canal, e sintonize com algo que lhe proporcionará as sensações que sempre desejou. Todas as sensações por que você anseia estão disponíveis durante todo o tempo, basta sintonizar o canal certo. Há dois meios primários, portanto, de mudar seu estado emocional: pela mudança da maneira como usa seu corpo físico, ou pela mudança do foco.
 

FISIOLOGIA: O PODER DO MOVIMENTO

Uma das distinções mais importantes que tenho feito, durante os dez últimos anos de minha vida, é simplesmente a seguinte: A emoção é criada pelo movimento. Tudo o que sentimos é o resultado da maneira como usamos nossos corpos. Até mesmo mudanças mínimas nas expressões faciais ou gestos mudarão a maneira como nos sentimos em qualquer momento determinado, e por conseguinte a maneira como avaliamos nossas vidas... a maneira como pensamos, e a maneira como agimos.

Experimente algo ridículo por um segundo. Finja que é um maestro um tanto entediado e sisudo, balançando os braços num movimento ritmado. Faça-o bem d-e-v-a-g-a-r. Não se excite; faça-o como uma r-o-t-i-n-a, e cuide para que seu rosto reflita um estado de tédio. Repare como se sente. Agora, levante as mãos, bata palmas com toda força, estique os braços para trás o mais depressa que puder, com um sorriso tolo no rosto! Intensifique isso, acrescentando o movimento vocal de um som alto e explosivo — o movimento do ar por seu peito, garganta e boca vai mudar como se sente de uma forma ainda mais radical. Esse movimento e a rapidez com que o criou, tanto no corpo quanto nas cordas vocais, mudarão no mesmo instante o modo como se sente.

Cada movimento tem uma fisiologia específica vinculada: postura, respiração, padrões de movimento, expressões faciais. Na depressão, isso é óbvio. Em Unlimited Power, falei sobre os atributos físicos da depressão, onde seus olhos se focalizam, qual é sua postura, e assim por diante. A partir do momento em que aprende a usar o corpo quando se encontra em determinados estados emocionais, você pode retornar a esses estados, ou evitá-los, pela simples mudança de sua fisiologia. O problema é que a maioria das pessoas se limita a apenas uns padrões usuais de fisiologia.

Nós os assumimos de forma automática, sem compreender como é grande o papel que desempenham na determinação de nosso comportamento de um momento para o outro.

Cada um de nós tem mais de oitenta músculos diferentes no rosto, e se esses músculos se acostumam a expressar depressão, tédio ou frustração, então esse padrão muscular habitual começa literalmente determinar nossos estados, para não mencionar o caráter físico. Sempre peço às pessoas em meu seminário Encontro com o DestinoTM (Date With Destiny™) que anotem todas as emoções que sentem numa semana média. Entre as incontáveis possibilidades, descobri que a média é de menos de uma dúzia. 

Por quê? Porque a maioria das pessoas tem padrões limitados de fisiologia. 

o que resulta em padrões limitados de expressão. 

 

TIPOS DE EMOÇÕES QUE UMA PESSOA PODE SENTIR NUMA SEMANA

Estressada 

Frustrada 

Furiosa

 

Insegura 

Solitária 

Entediada 

Angustiada 

Feliz

 

Aliviada 

Amada

 

Animada

Alegre


É um cardápio bem curto de opções emocionais, quando se considera os milhares de atraentes estados disponíveis. Tome cuidado para não se limitar a uma lista tão curta! Sugiro que aproveite todo o bufê — experimente coisas novas, e cultive um paladar refinado. Que tal experimentar mais entusiasmo, fascínio, jovialidade, intriga, sensualidade, desejo, gratidão, encantamento, curiosidade, criatividade, capacidade, confiança, indignação, ousadia, reflexão, bondade, gentileza, humor..

Por que não organizar a sua própria lista longa

Você pode  experimentar qualquer dessas coisas  pela simples mudança da maneira como usa seu corpo! Pode se sentir forte, pode sorrir, pode mudar qualquer coisa num instante com uma simples risada

Você já deve ter ouvido o adágio antigo: “Algum dia você vai olhar para trás e rir disso.” Se é verdade, por que não olhar para trás e rir agora

Por que esperar? Desperte seu corpo; aprenda a pô-lo em estados agradáveis, não importa o que possa ter acontecido. Como? Crie energia pela maneira como pensa em alguma coisa de modo reiterado, e mudará as sensações que vinculará a essa situação no futuro

Se repetidamente usar o corpo de maneira fraca, se arriar os ombros numa base regular, se andar como se estivesse cansado, você vai mesmo se  sentir  cansado. Como poderia fazer o contrário?  O corpo segue suas emoções.  O estado emocional começa a afetar o corpo, e se torna uma espécie de círculo vicioso. Repare na maneira como está sentado neste momento. Trate de se empertigar, crie mais energia em seu corpo, enquanto continua não apenas a ler, mas também a absorver esses princípios

Quais são as coisas que você pode fazer imediatamente para mudar seu estado, e com isso a maneira como se sente e o seu desempenho? Aspire fundo, através do nariz, exale com força pela boca

Ponha um enorme sorriso no rosto, sorria para seus filhos. Se quer de fato mudar sua vida, assuma o compromisso, para os próximos sete dias, de passar um minuto, cinco vezes por dia, sorrindo de orelha a orelha, diante do espelho. Vai se sentir meio idiota, mas lembre-se de que com esse ato físico estará acionando a parte correspondente do cérebro, e criando um caminho neurológico para o prazer que se tornará habitual

Portanto, faça isso... e divirta-se

Melhor ainda, saia para trotar, em vez de correr. É uma maneira poderosa de mudar seu estado, porque acarreta quatro coisas: 1) É um excelente exercício; 2) exigirá menos esforço do corpo que a corrida; 3) você não conseguirá manter uma expressão séria; e 4) vai divertir todo mundo que passar! Ou seja, estará mudando também os estados de outras pessoas, fazendo-as rir

E que coisa poderosa é o riso! Meu filho Joshua tem um amigo chamado Matt que ri com tanta facilidade que se torna contagiante, e todos ao redor desatam a rir também. Se você quer realmente melhorar sua vida,  aprenda a rir.  Além dos cinco sorrisos por dia, obrigue-se a rir sem qualquer motivo, três vezes por dia, durante sete dias. Numa pesquisa recente, realizada pela revista  Entertainment Weekly, descobriu-se que 82 por cento das pessoas que vão ao cinema querem rir, sete por cento querem chorar, e três por cento querem gritar. Isso dá uma idéia do quanto prezamos as sensações de riso, acima de muitas outras coisas. E se você leu os livros de Norman Cousins, ou do Dr

Deepak Chopra, ou do Dr. Bernie Siegel, ou se estudou alguma coisa de psiconeuroimunologia, sabe o que o riso pode fazer pelo corpo físico, estimulando o sistema imunológico

Por que não encontrar alguém que ria, e imitá-lo? Divirta-se um pouco. Diga: “Pode me fazer um favor? Você tem uma risada sensacional

Gostaria de imitá-lo. Pode me ensinar?” Garanto que vão rir um do outro no processo! Respire da maneira como a outra pessoa respirar: assuma a mesma postura, os mesmos movimentos do corpo; use as mesmas expressões faciais; emita os mesmos sons. Vai se sentir um idiota quando começar, mas depois de algum tempo pegará o jeito, e logo os dois estarão rindo histericamente, por parecerem tão tolos. No processo, porém, você começará a abrir a rede neurológica para criar o riso numa base regular. À medida que fizer isso, muitas e muitas vezes, vai descobrir que rir se torna mais fácil, e com certeza se divertirá


 “Conhecemos muito, sentimos pouco. Ou pelo menos sentimos bem pouco das emoções criativas de que uma boa vida deriva. ”


- BERTRAND RUSSEL

Qualquer um pode continuar a se sentir bem, se já se sente bem; não é preciso muito esforço para conseguir isso. Mas o fundamental na vida é ser capaz de se fazer sentir bem, quando a pessoa não se sente bem, ou quando nem mesmo  quer  se sentir bem. Saiba que você pode fazer isso num instante, usando o corpo como um instrumento para mudar de estado. Depois de identificar a fisiologia ligada a um estado, você pode usá-la para criar à vontade os estados que deseja. Trabalhei há alguns anos com John Denver, um homem que me impressiona não apenas por seu talento musical, mas também porque sua personalidade particular tem uma consonância absoluta com a imagem pública. 

motivo para o seu êxito é evidente: trata-se de um homem excepcionalmente simpático e solícito

Trabalhamos juntos porque ele estava experimentando o bloqueio do criador. Identificamos as ocasiões em que escreveu as suas melhores canções, e descobrimos que a inspiração surgira quando fazia algo físico

Em geral, uma canção inteira fluía por sua mente depois que esquiava por uma montanha abaixo, voava em seu jato ou bimotor, andava em seu carro esporte em alta velocidade. Quase sempre havia a velocidade envolvida, e o fluxo de adrenalina, junto com a experiência de focalizar a beleza da natureza, desempenhavam um papel importante em sua estratégia criativa. Na ocasião, ele experimentava algumas frustrações em certas áreas de sua vida, e não mantinha a mesma atividade intensa ao ar livre. Bastou efetuar essa mudança, com a recuperação de uma fisiologia forte, para que ele conseguisse restaurar a certeza e fluxo de sua criatividade sem demora.  Todos nós temos a capacidade de promover mudanças assim, em qualquer ocasião.  Apenas mudando nossa fisiologia, podemos mudar o nível de desempenho. Nossa capacidade sempre existe, e o que temos de fazer é ingressarmos nos estados em que se torna acessível

A chave para o sucesso, portanto, é  criar padrões de movimento que criem confiança, um senso de força, flexibilidade, um senso de poder pessoal, e diversão.  Compreenda que a estagnação decorre da falta de movimento. Pode pensar num velho, alguém que “não circula muito”

Envelhecer não é uma questão de idade; é uma ausência de movimento

E a suprema ausência de movimento é a morte

Se avistar crianças andando por uma calçada depois da chuva, e houver uma poça à frente, o que elas farão quando lá chegarem? Vão pular a poça! E também vão rir, se molhar, e se divertir. O que faz uma pessoa mais velha? Contorna a poça? Não, não se limita a contorná-la..

pois vive sempre se queixando! Você quer viver de uma maneira diferente. Quer viver com o vigor em seus passos, um sorriso no rosto

Por que não converter a jovialidade numa nova prioridade sua? Faça com que se sentir bem seja sua expectativa. Não precisa ter um motivo para se sentir bem — está vivo; pode se sentir bem  sem nenhum motivo!


FOCO: O PODER DA CONCENTRAÇÃO

Se você quisesse, não poderia ficar deprimido de um momento para outro? Pode apostar que sim,  só por focalizar  alguma coisa em seu passado que foi horrível. Não temos todos uma experiência lamentável no passado? Se você focalizá-la o suficiente, imaginá-la, pensar a respeito, logo começará a senti-la. Já assistiu a um filme horrível? Voltaria para assistir esse filme centenas de vezes? Claro que não. Por quê? Porque não se  sentiria bem  ao fazer isso. Então por que voltar aos filmes horríveis  em sua cabeça  numa base regular? Por que se assistir nos seus papéis de que menos gosta, contracenando com a artista que menos aprecia? Por que projetar de novo desastres financeiros ou péssimas decisões em sua carreira? Esses filmes de classe “B”, é claro, não se limitam a sua experiência passada. Você pode focalizar neste momento alguma coisa que  pensa  que lhe faz falta, e se sentir mal. Melhor ainda, pode focalizar algo que ainda nem aconteceu,  e se sentir mal a respeito de antemão!  Você pode rir disso agora, mas infelizmente é o que a maioria das pessoas faz todos os dias

Se quisesse sentir como se estivesse em êxtase neste momento, não seria possível? Você pode fazê-lo com a mesma facilidade. É capaz de focalizar ou recordar um momento em que experimentou um êxtase total e absoluto? É capaz de focalizar como seu corpo se sentiu? É capaz de lembrar com detalhes tão vividos que se torne de novo plenamente associado a esses sentimentos? Pode apostar que sim. E você também é capaz de focalizar as coisas em sua vida com que se sente extasiado neste momento, em tudo o que sente que é maravilhoso em sua vida. 

pode focalizar as coisas que ainda não aconteceram,  e se sentir bem a respeito de antemão.  Esse é o poder que os objetivos oferecem, e o motivo pelo qual vamos focalizá-los no Capítulo 11


TUDO O QUE FOCALIZAMOS SE TORNA NOSSA IDÉIA DA REALIDADE

A verdade é que bem poucas coisas são absolutas. De um modo geral, como você se sente sobre as coisas, e o significado de uma experiência em particular, tudo dependerá do seu foco. Elizabeth, a mulher com o Distúrbio de Múltipla Personalidade, estivera em dor constantemente. Seu caminho de fuga foi criar uma nova personalidade para cada incidente que tinha de enfrentar emocionalmente. Isso lhe permitia mudar o foco, ver o problema através dos olhos de “outra pessoa’ . Contudo, ela ainda sentia dor, mesmo depois da integração. Só depois que aprendeu a controlar seu estado, pela mudança consciente de sua fisiologia e foco, é que se tornou capaz de assumir o controle de sua vida

O foco não é a verdadeira realidade, porque é a visão de uma pessoa; é apenas uma percepção do modo como as coisas realmente são. Pense nessa visão — o poder do nosso foco — como sendo a lente de uma câmera. A lente mostra apenas a imagem e o ângulo que você focalizou

Por isso, as fotografias que você tira podem com a maior facilidade distorcer a realidade, apresentando apenas uma parcela mínima da imagem ampla

Vamos supor que você foi a uma festa sem a sua câmera, sentou num canto, focalizou um grupo de pessoas discutindo. Como essa festa seria representada? Seria projetada como uma festa desagradável e frustrante, em que ninguém se divertiu, e todos brigaram. E é importante para nós lembrar que a maneira como representamos as coisas na mente vai determinar como sentimos. Mas o que aconteceria se você focalizasse sua câmera em outro ponto da sala, onde as pessoas riam, contavam piadas, se divertiam? Mostraria ter sido a melhor das festas, com todo mundo se divertindo demais

É por isso que há tanta repercussão com as biografias “não-autorizadas”: são apenas a percepção de uma pessoa sobre a vida de outra pessoa. E, com freqüência, essa visão é oferecida por pessoas cuja inveja lhes proporciona um interesse velado em distorcer as coisas. 

problema é que a visão da biografia se limita apenas ao “ângulo de câmera” do autor, e todos sabemos que as câmeras distorcem a realidade, que um close pode fazer as coisas parecerem maiores do que são na verdade. E quando manipulada com habilidade, uma câmera pode atenuar ou ofuscar partes importantes da realidade. Parafraseando Ralph Waldo Emerson, cada um de nós vê nos outros o que temos em nossos corações


O SIGNIFICADO É MUITAS VEZES UMA QUESTÃO DE FOCO

Se você marcou uma reunião de negócios, e alguém não chega na hora, a maneira como se sente baseia-se rigorosamente no que focaliza

Representa em sua mente que a pessoa não apareceu na hora marcada porque não se importa, ou interpreta o fato como algum problema grave e inesperado que surgiu? Qualquer que seja, o foco vai com certeza afetar suas emoções. E se você se irritar com a pessoa, e o verdadeiro motivo para o atraso ter sido um esforço de última hora para lhe oferecer uma proposta melhor? Lembre-se de que tudo o que focalizamos vai determinar como nos sentimos. Talvez não devêssemos tirar conclusões precipitadas; precisamos escolher com todo cuidado o que vamos focalizar

O foco determina se você percebe sua realidade como boa ou má, se se sente feliz ou triste. Uma metáfora fantástica para o poder do foco é encontrada nos carros de corrida — uma verdadeira paixão para mim

Guiar um carro de corrida pode às vezes fazer com que voar num helicóptero a jato pareça uma experiência das mais relaxantes! Num carro de corrida, não se pode permitir que o foco se desvie do resultado por um instante sequer. Sua atenção não pode se limitar ao lugar em que se encontra; também não pode se manter no passado, nem se fixar muito longe no futuro. Embora plenamente consciente do lugar em que você está, precisa antecipar o que vai acontecer no futuro próximo

Essa foi uma das primeiras lições que aprendi quando ingressei na escola de pilotos. Os instrutores puseram-me no que chamam de “skid car” — um carro que tem um computador embutido, com elevadores hidráulicos que podem levantar qualquer roda do chão a um comando do instrutor. A regra fundamental que eles ensinam é a seguinte:  Focalize para onde você quer ir, não o que você teme.

Se você começa a derrapar, o carro fora de controle, a tendência é olhar para o muro que se aproxima. Mas se continuar a focalizá-lo, é exatamente lá que cai parar. Os pilotos sabem que você vai para onde olha; viaja na direção de seu foco. Se resistir ao medo, tiver fé, e focalizar para onde quer ir, suas ações o levarão nessa direção, e se for possível se desviar, você vai conseguir... mas não terá a menor chance se focalizar o que teme. Invariavelmente, as pessoas dizem: “Mas você não ia bater de qualquer maneira?” A resposta é que você  aumenta suas chances  ao focalizar o que quer. Focalizar a solução sempre redunda em seu benefício. Se você tem impulso demais na direção do muro, então focalizar o problema pouco antes da batida não vai ajudar de qualquer maneira

Quando os instrutores me explicaram isso pela primeira vez, balancei a cabeça e pensei: “Mas é claro! Já sei de tudo isso! Afinal, ensino essas coisas!” Na primeira vez em que saí pista, junto com o instrutor, ele apertou de repente, sem que eu soubesse, o botão que levantava uma roda. Comecei a derrapar, incapaz de controlar o carro. 

onde acha que meus olhos se fixaram? Pode apostar! No muro! Nos segundos finais, fiquei apavorado, porque sabia que ia bater. O instrutor pegou minha cabeça, virou-a para a esquerda, forçando-me a olhar na direção que eu precisava ir. O carro continuou a derrapar, eu tinha certeza de que ia bater, mas fui forçado a olhar apenas para a direção que queria seguir. E olhando para essa direção, não pude deixar de virar o volante de acordo. O carro virou no último instante e evitamos a batida. Podem imaginar o meu alívio

Uma coisa que é útil saber a respeito de tudo isso: quando você muda seu foco, muitas vezes não muda de direção  imediatamente.  Isso não acontece também na vida? Há com freqüência um lapso de tempo entre o momento em que você redireciona seu foco, e o instante em que seu corpo e experiência de vida o acompanham. O que representa mais motivo ainda para começar a focalizar logo o que você quer, e não esperar com o problema por mais tempo

Aprendi a lição? Não. Eu tivera uma experiência, mas não criara uma neuroassociação bastante forte. Precisava me condicionar ao novo padrão. Na vez seguinte em que me aproximei do muro, o instrutor teve de gritar para me lembrar do meu objetivo. Na terceira vez, porém, virei a cabeça, deliberado e consciente. Confiei, e deu certo. Depois de fazer isso muitas vezes, quando entro agora num  skid car  minha cabeça vira para onde quero ir, o volante vira também, e o carro acompanha. Isso garante que sempre conseguirei controlar meu foco? Não. Mas aumenta minhas chances? Em cem vezes

O mesmo acontece na vida. Em capítulos posteriores, você aprenderá alguns meios de assegurar que o condicionamento de seu foco seja positivo. Por enquanto, compreenda que precisa disciplinar sua mente

Uma mente fora de controle pode lhe fazer qualquer coisa. Dirigida, é sua maior amiga

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. ”


- MATEUS 7:7

A maneira mais poderosa de controlar o foco é através do uso de perguntas. Pois a qualquer coisa que você perguntar, seu cérebro oferecerá uma resposta; e qualquer coisa que procurar, haverá de encontrar. Se indagar “Por que essa pessoa está se aproveitando de mim?”, focaliza que alguém se aproveita de você, quer seja ou não verdade. Se indagar “Como posso inverter essa situação?”, obterá uma resposta mais fortalecedora. As perguntas constituem um instrumento tão poderoso para mudar sua vida que reservei o capítulo seguinte para falar exclusivamente a respeito. São um dos meios mais poderosos e simples para mudar a maneira como você se sente em relação a praticamente qualquer coisa, e assim mudar o rumo de sua vida, de um momento para outro. As perguntas proporcionam a chave para abrir nosso potencial ilimitado

Uma das melhores ilustrações disso é a história de um jovem que foi criado no Alabama. Há cerca de quinze anos, um valentão da sétima série provocou-o para uma briga, esmurrou-o no nariz, e deixou-o desmaiado. Quando recuperou os sentidos, o rapaz jurou que se vingaria, matando o valentão. Foi em casa, pegou a pistola 22 da mãe, e saiu à procura de seu alvo. Naquele momento, seu destino pairava na balança

Com o valentão na mira da arma, ele podia disparar, e o colega se tornaria história. Mas foi nesse instante que ele se fez uma pergunta: O que acontecerá comigo se puxar o gatilho? E outra imagem entrou em foco, a mais dolorosa que se podia imaginar

Naquela fração de segundo, em que a vida do rapaz poderia seguir por dois rumos muito diferentes, ele visualizou, com uma lucidez assustadora, como seria ir para a cadeia. Pensou em ter de passar a noite inteira acordado para evitar que os outros presos o estuprassem. Essa dor em potencial foi maior do que a expectativa da vingança. Ele desviou a arma, e atirou numa árvore

Esse rapaz era Bo Jackson, e pela maneira como descreve a cena em sua biografia, não resta a menor dúvida de que nesse momento fundamental de sua vida a dor associada com a prisão foi uma força mais poderosa do que o prazer que ele pensava que matar o outro rapaz lhe proporcionaria. Uma mudança de foco, uma decisão sobre dor e prazer, provavelmente fez a diferença entre um garoto sem futuro e uma das maiores histórias de sucesso atlético do nosso tempo

“Assim como o armeiro apara e deixa a flecha reta,o mestre orienta seus pensamentos desgarrados.” 


- BUDA NÃO É APENAS O QUE VOCÊ FOCALIZA, MAS COMO..

Nossa experiência do mundo é criada pela coleta de informações, com o uso dos cinco sentidos. Cada um de nós, no entanto, tende a desenvolver um modo de foco predileto, ou uma modalidade, como muitas vezes se chama. Algumas pessoas, por exemplo, recebem um impacto maior do que vêem; o sistema visual tende a ser predominante. Para outras, os sons são o gatilho para as grandes experiências da vida, enquanto para alguns o tato é a base de tudo

Mesmo dentro de cada um desses modos de experiência, porém, há elementos específicos de imagens, sons, ou outras sensações, que podem ser mudados para aumentar ou diminuir a intensidade da experiência

Esses ingredientes básicos são chamados de  submodalidades. (*)  Por exemplo, você pode pegar uma imagem em sua mente, e depois pegar qualquer aspecto dessa imagem (uma submodalidade) e mudá-lo, para mudar seus sentimentos a respeito. Pode dar mais brilho à imagem, mudando no mesmo instante a quantidade da intensidade com que sente a experiência. Isso é conhecido como mudar uma submodalidade

Provavelmente o maior conhecedor de submodalidades é Richard Bandler, co-fundador da Programação Neuro-Lingüística. A linhagem de estudiosos desse assunto data do trabalho básico sobre os cinco sentidos de Aristóteles, que divide em categorias os modelos de percepção

(*) Para uma análise mais detalhada das submodalidades, ver Unlimited Power, Capítulos 6 e 8.

Você pode elevar ou baixar radicalmente sua intensidade de sentimento em relação a qualquer coisa pela manipulação das submodalidades. Elas afetam como você se sente em relação a tudo, se experimenta alegria, frustração, admiração, ou desespero. Compreendê

las permite não apenas mudar como se sente em relação a qualquer experiência em sua vida, mas também  mudar  o que significa para você, e com isso  o que pode fazer a respeito.

Uma imagem que descobri ser muito útil é pensar nas submodalidades como os códigos de barras dos produtos comerciais, aquelas pequenas linhas pretas que substituíram as etiquetas de preços em quase todos os supermercados americanos. Os códigos parecem insignificantes, mas quando passados pelo  scanner   na caixa registradora informam ao computador qual é o produto, quanto custa, como sua venda afeta o estoque, e assim por diante. As submodalidades funcionam da mesma maneira. Quando acionamos o  scanner   do computador que chamamos cérebros, informam qual é a coisa, como nos sentimos a respeito, e o que fazer. Você possui os seus próprios códigos de barras, e há uma lista surgindo junto com as perguntas a formular, para determinar qual deles vai usar

Por exemplo, se você tende a focalizar as modalidades visuais, a quantidade de satisfação que obtém de uma lembrança específica é provavelmente uma conseqüência direta das submodalidades de tamanho, cor, brilho, distância e quantidade de movimento na imagem visual que projetou. Se representa para si mesmo com submodalidades auditivas, então como se sente depende do volume, ritmo, tonalidade, e outros fatores similares que atribuí. Por exemplo, algumas pessoas, para se sentirem motivadas, precisam  primeiro   sintonizar um determinado canal

Se o seu canal predileto é visual, então focalizar os elementos visuais de uma determinada situação lhe proporciona mais intensidade emocional

Para outras pessoas, os canais importantes são o auditivo ou cinestético

E para algumas, a melhor estratégia funciona como uma tranca de código

Primeiro, a tranca visual deve ser alinhada, depois a auditiva, em seguida a cinestética. Todos os três indicadores precisam ficar alinhados no ponto certo e na ordem certa para o cofre se abrir

A partir do momento em que você tiver consciência disso, vai perceber que as pessoas estão constantemente usando palavras em sua linguagem cotidiana para indicar em que sistema e em que submodalidades se encontram sintonizadas. Escute as maneiras como descrevem suas experiências, e aceite literalmente. (Por exemplo, nas duas últimas frases usei os termos “sintonizadas” e “escute” — é evidente que são indicações auditivas.) Quantas vezes já ouviu alguém dizer “Não posso me imaginar a fazer isso”? Estão dizendo qual é o problema: se pudessem se imaginar a fazer, entrariam num estado em que sentiriam que poderiam fazer acontecer. Alguém pode ter lhe dito uma ocasião: “Você está exagerando as coisas.” Se você estava transtornado demais, é bem possível que a pessoa tivesse razão. Talvez você estivesse absorvendo as imagens em sua mente e tornando-as muito maiores, o que tende a intensificar a experiência. Se alguém diz “Isso está me sufocando”, você pode ajudar a fazer com que a pessoa se sinta menos angustiada com a situação, levando-a assim a um estado melhor para cuidar do problema. Se alguém diz “Estou me desligando”, você pode ajudá-lo a sintonizar de novo, a fim de que ele possa mudar de estado

EXPRESSÕES COMUNS BASEADAS EM: Submodalidades visuais— Isso deixa o meu dia mais claro

Isso põe as coisas numa perspectiva melhor

Isso tem alta prioridade

Esse cara tem um passado negro

Vamos ver o quadro mais amplo

Esse problema continua a me encarar de frente

Submodalidades auditivas— Ele vive emitindo estática

O problema é gritar comigo

Estou ouvindo direito

Parei tudo o que fazíamos com um ranger de pneus

O cara está fora do ritmo

Isso soa maravilhoso

Submodalidades cinestéticas — Esse cara é escorregadio

A pressão aumenta e diminui

Essa coisa está pesando em mim

Sinto que carrego todo o peso nas costas

Esse concerto é mesmo quente

Estou totalmente imerso nesse projeto


Nossa capacidade de mudar a maneira como sentimos depende da capacidade de mudar as submodalidades. Devemos aprender a assumir o controle dos vários elementos com que representamos as experiências, e mudá-los de uma maneira que apóie os resultados desejados. Por exemplo, você já se descobriu a dizer que precisa ficar “a distância” de um problema? Se isso já aconteceu, eu gostaria que tentasse uma coisa. Pense numa situação que o esteja desafiando no momento. Faça uma imagem em sua mente, depois pense que está empurrando essa imagem para mais e mais longe. Paire por cima, contemple o problema lá embaixo, com uma nova perspectiva. O que acontece com a sua intensidade emocional? Para a maioria das pessoas, diminui. E se a imagem se torna mais indistinta e menor? Agora, pegue a imagem do problema e torne-a maior, mais nítida, e mais próxima. Para a maioria das pessoas, isso a intensifica. Empurre a imagem para trás, observe o sol a derretê-la. Uma mudança simples em qualquer um desses elementos é como mudar os ingredientes numa receita. Vão com certeza alterar o que você experimenta no corpo. Embora eu tenha discorrido a fundo sobre as submodalidades em  Unlimited Power,  volto ao assunto aqui porque quero ter certeza de que você vai absorver essa distinção. 

fundamental para a compreensão de muito do trabalho que faremos neste livro

Lembre-se: a maneira como você se sente em relação às coisas é instantaneamente alterada por uma alteração nas submodalidades. Por exemplo, pense em algo que aconteceu ontem. Apenas por um instante, imagine essa experiência. Tire a imagem da memória, e projete-a para trás de você. Pouco a pouco, empurre-a para trás, até que fique a quilômetros  de distância, pequena, apenas um ponto vago na escuridão

A impressão é de que aconteceu ontem, ou há muito tempo? Se a lembrança é agradável, traga-a de volta. Caso contrário, deixe-a lá atrás

Quem precisa focalizar uma lembrança assim? Em contraste, você teve algumas experiências maravilhosas em sua vida. Pense numa agora, uma experiência que tenha acontecido há muito tempo. Recorde as imagens dessa experiência. Traga-as do fundo da memória; ponha-as na sua frente. Faça com que sejam grandes, nítidas, coloridas; torne-as tridimensionais. Entre no corpo que tinha na ocasião, e sinta a experiência neste momento como se estivesse lá. Parece que aconteceu há muito tempo, ou é algo que você desfruta agora? Como pode perceber, até sua experiência de tempo pode ser mudada pela mudança das submodalidades

CRIE SUA PRÓPRIA PLANTA A descoberta de suas submodalidades é um processo divertido

Você pode querer fazer isso sozinho, embora talvez constate que é mais divertido fazê-lo com outra pessoa. Isso o ajudará na acurácia, e se a outra pessoa também leu este livro, terá muito sobre o que conversar, e ainda uma testemunha do seu compromisso em assumir o controle pessoal. Agora, bem depressa, pense num momento de sua vida em que teve uma experiência bastante agradável, e faça o seguinte: Classifique sua satisfação numa escala de 0 a 100, em que 0 é a total ausência de satisfação, e 100 o nível máximo de contentamento que poderia desfrutar. Digamos que você chegou a 80 nessa escala de intensidade emocional. Agora, passe para a Lista de Possíveis Submodalidades (p

177), e vamos descobrir que elementos são propensos a criar mais satisfação em sua vida do que outros, mais sentimentos de prazer do que sentimentos de dor

Comece a avaliar cada uma das perguntas contidas na lista de acordo com sua experiência. Por exemplo, ao lembrar a experiência e focalizar as submodalidades   visuais,  pergunte a si mesmo: “É um filme ou uma imagem parada?” Se for um filme, verifique qual é a sensação. 

agradável? Agora, mude para o oposto. Transforme numa imagem parada, e veja o que acontece. Seu nível de satisfação diminui? Cai de uma maneira significativa? Em que porcentagem? Ao converter numa imagem parada, caiu de 80 para 50, por exemplo? Anote o impacto que essa mudança causou, e assim poderá usar essa distinção no futuro

Restabeleça a forma inicial da imagem; ou seja, faça com que seja um filme de novo, se assim era, a fim de sentir que voltou a 80. Agora, passe para a pergunta seguinte na lista. É em cores, ou preto-e-branco

Se era em preto-e-branco, verifique a sensação. Passe para o oposto

Acrescente cor, e veja o que acontece. Isso eleva sua intensidade emocional acima de 80? Anote o impacto emocional. Se o leva a 95, pode ser um elemento valioso para lembrar no futuro. Por exemplo, ao pensar numa tarefa que geralmente evita, se acrescentar cor à imagem que faz dela, vai descobrir que sua intensidade emocional positiva aumenta no mesmo instante. Agora, volte a imagem a preto-e-branco, observe o que acontece com sua intensidade emocional, e que grande diferença isso faz. Lembre-se de terminar sempre com a restauração do estado original, antes de passar para a pergunta seguinte. Devolva as cores; torne  mais brilhante  do que era antes, até se sentir envolto por cores vividas

O brilho é uma submodalidade importante para a maioria das pessoas; dar mais brilho às coisas intensifica sua emoção. Se você pensar na experiência agradável neste momento, e tornar a imagem mais e mais brilhante, provavelmente vai se sentir melhor, não é? Há exceções, é claro. Se você saborear a lembrança de um momento romântico, e de repente todas as luzes se acenderem, isso pode não ser muito apropriado

E se você tornar a imagem indistinta, escura, e desfocada? Para a maioria das pessoas, isso a torna quase depressiva. Portanto, torne-a sempre cada vez mais brilhante

Continue pela lista, verificando qual dessas submodalidades visuais muda mais sua intensidade emocional. Ao recriar a experiência dentro de sua cabeça, como soa? O aumento do volume altera o nível de prazer que você sente? Como a aceleração do ritmo afeta seu contentamento? Até que ponto? Registre tudo, e altere tantos outros elementos quantos puder pensar. Se o que está imaginando é o som da voz de alguém, experimente com diferentes inflexões e sotaques, e note o que isso influi ao nível de contentamento que experimenta. Se mudar a qualidade do som de suave e macio para áspero e estridente, o que acontece? Lembre-se de terminar com a restauração dos sons à sua forma auditiva original, a fim de que todas as qualidades continuem a criar prazer para você


LISTA DE POSSÍVEIS SUB-MODALIDADE 

Visuais


1. Filme/imagem parada E um filme ou uma imagem parada

2. Cor/preto-e-branco É colorida ou em preto-e-branco

3. Esquerda/direita/centro A imagem está à esquerda, direita, ou centro

4. Alto/meio/embaixo A imagem está no alto, no meio ou embaixo

5. Bnlhante/indistinta/escura A imagem é brilhante, indistinta ou escura

6. Tamanho natural/menor/maior A imagem tem tamanho natural, é maior ou menor

7. Proximidade O quanto você está próxima da imagem

8 Rápida/média/lenta A velocidade da imagem é rápida, média ou lenta

9. Foco específico

Um elemento em particular é focalizado de forma sistemática

10. Dentro da imagem Você está dentro da imagem ou assiste a distância

11. Moldura/panorâmica A imagem está dentro de uma moldura ou é panorâmica

12  3D/2

A imagem é tridimensional ou bidimensional

13. Cor específica Há uma cor que lhe causa mais impacto

14. Ponto de vista Você está olhando de baixo, de cima, do lado etc

15. Gatilho especial Há alguma outra coisa que desencadeie sentimentos fortes

Auditivas


1. Você/outros Está dizendo alguma coisa para si mesmo ou ouvindo de outra pessoa

2. Conteúdo O que especificamente você diz, ou ouve

3. Como é dito Como você diz ou ouve

4  Volume É muito alto

5. Tonalidade Qual é a tonalidade

6. Ritmo Ê muito depressa

7. Localização De onde vem o som

8. Harmonia/cacofonia O som está em harmonia ou é cacofônico

9  Regular/irregular O som é regular ou irregular

10. Inflexão Há alguma inflexão na voz

11. Certas palavras Certas palavras são enfatizadas

12. Duração Quanto tempo o som dura

13. Singularidade O que há de singular no som

14. Gatilho especial Há alguma outra coisa que desencadeie sentimentos fortes

Cinestéticos


1. Mudança de temperatura Houve uma mudança de temperatura? Para quente ou  frio

2. Mudança de textura Houve uma mudança de textura? Para áspero ou liso

3 Rígida/flexível É rígido ou flexível

4. Vibração Há vibração

5. Pressão Houve um aumento ou redução na pressão

6. Localização da pressão Onde a pressão estava localizada

7. Tensão/relaxamento Houve um aumento de tensão ou relaxamento

8.  Movimento/direção/velocidade Houve movimento? Se houve, qual a direção e velo cidade

9. Respiração Qualidade da respiração? Onde começou/acabou

10. Peso É pesada ou leve

11   Constante/intermitente Os sentimentos são constantes ou intermitentes

12  Mudança de tamanho/forma Mudou de tamanho ou forma

13. Direção Os sentimentos entravam ou saíam do corpo

14. Gatilho especial Há alguma outra coisa que desencadeie sentimentos fortes


Ao final, focalize as submodalidades cinestéticas. Ao recordar a experiência agradável, a mudança dos vários elementos cinestéticos intensifica ou diminui o prazer? O aumento da temperatura faz com que se sinta mais confortável, ou o deixa irritado? Focalize sua respiração

Como está respirando? Se mudar a qualidade da respiração, de rápida e superficial para longa e profunda, como isso afeta a qualidade de sua experiência? Note que diferença isso faz, e escreva. E a textura da imagem? Altere isso; passe de macia e fofa, para úmida e escorregadia, viscosa e pegajosa

Ao passar por todas essas mudanças, como seu corpo se sente

Anote tudo. Depois que fizer experiências com toda a lista de submodalidades, volte e ajuste, até que aflore a imagem mais agradável; faça com que seja bastante real, a fim de poder tirar o máximo de proveito

Ao efetuar esses exercícios, vai constatar que algumas dessas submodalidades são muito mais poderosas para você do que outras

Todos somos diferentes, e cada um tem os seus meios preferidos de representar suas experiências. O que você acaba de fazer, na verdade, foi criar uma planta que indica como seu cérebro está sintonizado

Mantenha-a e use-a; vai ser útil algum dia... talvez até hoje! Sabendo que submodalidades o acionam, você saberá como aumentar as emoções positivas e diminuir as emoções negativas

Por exemplo, se você sabe que projetar algo grande e brilhante, e trazê-lo para bem perto, pode intensificar sua emoção de forma considerável, é capaz de se motivar a fazer uma determinada coisa pela mudança de suas imagens, de forma a que atendam a esses critérios

Também saberá que  não  deve tornar seus problemas grandes, brilhantes e próximos, caso contrário intensificará também as emoções negativas

Saberá como se livrar depressa de um estado limitador, e ingressar num estado energizante e fortalecedor. E pode se tornar mais bem equipado para continuar em seu caminho para o poder pessoal

Conhecer o importante papel que as submodalidades desempenham em sua experiência da realidade é fundamental para enfrentar os desafios

Por exemplo, é uma questão de submodalidades se você se sente confuso ou no caminho certo. Se pensar numa ocasião em que se sentiu confuso, procure se lembrar se representou a experiência como uma imagem parada ou um filme. Depois, compare com uma ocasião em que sentiu que compreendia alguma coisa. Muitas vezes as pessoas se sentem confusas porque têm uma série de imagens na cabeça, empilhadas, numa mistura caótica, porque alguém andou falando muito depressa ou muito alto. Já outras pessoas ficam confusas se as coisas lhes são ensinadas devagar demais. Essas pessoas precisam ver imagens em forma de filme, ver como as coisas se relacionam entre si; caso contrário, o processo também se torna dissociado. Percebe como compreender as submodalidades de outra pessoa pode ajudá-lo a ensinar de uma forma muito mais eficaz

O problema é que a maioria das pessoas aceita os padrões limitadores, faz com que se tornem grandes, brilhantes, próximos, ruidosos ou pesados — quaisquer que sejam as submodalidades com que estamos mais sintonizados — e depois especula por que se sente sufocada

Se algum dia ingressou nesse estado e conseguiu sair, provavelmente porque você ou outra pessoa pegou essa imagem, e mudou-a, reorientando o foco. Até que você finalmente disse: “Ora, não era uma coisa tão grande assim!” Ou trabalhou num determinado aspecto, e ao fazê-lo, no entanto, acabou chegando à conclusão de que não parecia um projeto tão grande, afinal. Todas essas estratégias são simples, e muitas foram apresentadas em  Unlimited Power.  Neste capítulo, estou esperançado que você aguce seu apetite, e passe a ter conhecimento de sua existência

MUDE SEUS ESTADOS, E MUDE SUA VIDA Você pode agora mudar seu estado de muitas maneiras, e todas são bem simples. Pode mudar sua fisiologia imediatamente, apenas mudando a respiração. Pode mudar o foco ao determinar o que focalizar, ou a ordem das coisas que focaliza, ou como focaliza. Pode mudar suas submodalidades. Se tem focalizado de uma forma sistemática o pior que pode acontecer, não há desculpa para continuar a fazer isso. Comece agora a focalizar o melhor

O segredo na vida é ter tantos meios de orientá-la que se torna uma arte. O problema da maioria das pessoas é dispor apenas de uns poucos meios de mudar seu estado: comem demais, bebem demais, dormem demais, fumam, ou consomem drogas — nada disso nos fortalece, e tudo pode ter conseqüências desastrosas e trágicas. O maior problema é que muitas dessas conseqüências são cumulativas, e por isso nem percebemos o perigo, até que já é tarde demais. Foi o que aconteceu com Elvis Presley, e infelizmente é o que também ocorre todos os dias com muitas pessoas. Imagine uma desafortunada rã numa panela, sendo fervida até a morte. Se fosse largada com a água já fervendo, o choque do calor faria com que pulasse de volta no mesmo instante... mas com o calor aumentando pouco a pouco, ela não nota que corre perigo, até que já é tarde demais para pular fora

A viagem para a queda fatal começa quando você não controla seus estados, porque, se não controla seus estados, não é capaz de consolar seu comportamento. Se há coisas que precisa realizar, mas não se torna motivado, compreenda que seu estado não é o apropriado. Isso não é uma desculpa, porém é uma ordem! É uma ordem para  fazer qualquer coisa que seja necessária para mudar seu estado,  quer seja através da mudança da fisiologia ou do foco. Em determinada ocasião, eu me pus num estado de  ser pressionado  a escrever meu livro; não é de admirar que eu sentisse que era impossível! Tive de encontrar um meio de mudar meu estado; caso contrário, você não estaria lendo isto hoje. Tive de entrar num estado de criatividade, de excitamento. Se você quer fazer uma dieta, não vai dar certo se estiver num estado de apreensão, preocupação, ou frustração.  Você precisa assumir um estado de determinação para alcançar o êxito.  Ou, se quer ter um desempenho melhor em seu trabalho, compreenda que a inteligência é muitas vezes um fator do estado. Pessoas que supostamente possuem uma capacidade limitada descobrirão seu talento explodindo se assumirem um novo estado. Já demonstrei isso muitas vezes com disléxicos. A dislexia é uma função das faculdades visuais, mas também é uma função dos estados mental e emocional. As pessoas disléxicas não invertem letras e palavras cada vez que lêem alguma coisa. Podem fazer isso na maior parte do tempo, mas não fazem durante todo o tempo. A diferença entre os momentos em que podem ler direito e as ocasiões em que invertem as letras decorre do estado em que se encontram. Se você muda seu estado, muda no mesmo instante o desempenho. Qualquer pessoa disléxica ou com qualquer outra dificuldade baseada nos estados pode usar essas estratégias para alterar a situação

Como o movimento pode mudar de forma instantânea como nos sentimos, faz sentido criar uma porção de maneiras de mudar nosso estado com um único e singular movimento. Uma das coisas que mudou minha vida mais profundamente foi algo que aprendi há muitos anos

Encontrei no Canadá um homem que estava partindo madeira ao estilo de caratê. Em vez de passar um ano e meio ou dois anos para aprender isso, com um treinamento em artes marciais, simplesmente descobri o que ele focalizava, como focalizava (o brilho e assim por diante) em sua cabeça, quais eram suas convicções, e qual a estratégia física — como usava o corpo para partir a madeira

Pratiquei muitas e muitas vezes os movimentos físicos, de forma idêntica, com tremenda intensidade emocional, transmitindo para o cérebro profundas sensações de certeza. E durante todo o tempo o instrutor me corrigia os movimentos. Pam! Parti um pedaço de madeira, depois dois, três, e quatro. O que eu fizera para conseguir isso? 1) Elevará meus padrões, e tornara partir a madeira um imperativo — algo que antes aceitaria como uma limitação; 2) mudei a convicção limitadora sobre minha capacidade de fazer isso, ao mudar o estado emocional para o de certeza; e 3) projetei uma estratégia eficaz para obter o resultado

Esse ato transformou meu senso de poder e certeza por todo o meu corpo. Passei a usar o mesmo senso de certeza de “partir madeira” para realizar outras coisas que nunca imaginara que poderia alcançar, rompendo a barreira da protelação e alguns dos meus medos com a maior facilidade. Ao longo dos anos, continuei a usar e reforçar essas sensações. E depois de alguns anos, comecei a ensinar a outros, até a crianças, meninas de onze e doze anos, mostrando-lhes como aumentar seu amor-próprio através de uma experiência que não pensavam que era possível. Mais tarde, comecei a usar isso como parte de meus seminários de Poder Ilimitado, baseados em vídeo, conduzidos pelas pessoas a quem concedo franquias, nossos consultores de Desenvolvimento Pessoal no mundo inteiro. Essas pessoas levam os participantes a superarem seus medos, em trinta minutos ou menos, e a aprenderem como romper qualquer coisa que os contêm na vida. Depois de partirem a madeira, aprendem a usar essa experiência para obterem o senso de certeza que é necessário na busca de qualquer coisa que desejam realizar na vida. 

sempre fascinante ver um homem enorme que pensa que pode fazê-lo apenas com a força bruta subir no palco e fracassar, e depois observar uma mulher com metade do seu tamanho e massa muscular partir a madeira num instante, porque desenvolveu a certeza em sua fisiologia

“Experiência não é o que acontece com um homem;é o que um homem faz com o que lhe acontece.”


- ALDOUS HUXLEY

Você tem de compreender que deve assumir o controle consciente da orientação de sua própria mente. Tem de fazê-lo de forma deliberada; caso contrário, ficará à mercê de qualquer coisa que acontecer ao seu redor. A primeira habilidade que deve dominar é a capacidade de mudar seu estado  instantaneamente,  não importa qual seja o ambiente, não importa quão assustado ou deprimido esteja. É uma das habilidades básicas que as pessoas desenvolvem em meus seminários. Aprendem como mudar depressa seu estado, do medo e “saber” que não podem fazer coisa alguma, para saber que podem fazer algo, e serem capazes de tomar uma ação efetiva. O desenvolvimento de experiências assim, em que você pode mudar de um instante para outro, proporciona um tremendo poder em sua vida — algo que você não pode avaliar plenamente, até tentar

A segunda habilidade é a capacidade de mudar de estado de forma sistemática   em qualquer ambiente — talvez num ambiente que antes o deixava constrangido, mas em que pode agora mudar seu estado sempre que quiser, condicionando-se até se sentir  bem,  independente do lugar em que se encontre. A terceira habilidade é estabelecer um conjunto de padrões habituais para usar sua fisiologia e foco, a fim de se sentir sistematicamente   bem, sem qualquer esforço consciente. Minha definição de sucesso é  viver sua vida de uma maneira que o leve a sentir toneladas de prazer e quase nenhuma dor — e por causa de seu estilo de vida, fazer com que as pessoas ao seu redor sintam muito mais prazer do que dor. Alguém que realizou muita coisa, mas vive em dor emocional durante todo o tempo, ou se encontra cercado por pessoas em dor durante todo o tempo, não é realmente bem-sucedido. O quarto objetivo é possibilitar que  outros mudem seu estado de um momento para outro, mudem seu estado em qualquer ambiente, e mudem seu estado pelo resto da vida. É isso o que meus representantes aprendem a fazer em seminários, e no trabalho individual com pacientes

Portanto, o que você precisa para lembrar deste capítulo.  Tudo o que você realmente quer na vida é mudar como se sente. Mais uma vez, todas as suas emoções não passam de tempestades bioquímicas em seu cérebro, e você  pode controlá-las a qualquer momento que quiser. Pode sentir o êxtase  agora,  ou pode sentir dor ou depressão — tudo depende de você. Não precisa de drogas ou qualquer outra coisa externa para conseguir isso. Há meios muito mais eficazes e, como você já aprendeu no capítulo sobre convicções, as drogas podem ser sobrepujadas pelas substâncias químicas que você cria em seu próprio corpo, ao mudar o foco e a maneira como usa sua fisiologia. Essas substâncias químicas são muito mais poderosas do que virtualmente qualquer substância externa

 “Cada momento grandioso nos anais do mundo é o triunfo de algum entusiasmo.”


- RALPH WALDO EMERSON

VOCÊ SABE COMO PODE FAZER SE SENTIR BEM

Numa viagem de negócios a Toronto, eu me sentia fisicamente estressado, por causa de uma intensa dor nas costas. Enquanto o avião descia, comecei a pensar no que precisava fazer ao chegar ao no hotel. Já seriam dez e meia da noite, e teria de levantar cedo na manhã seguinte, a fim de conduzir meu seminário. Poderia comer alguma coisa — afinal, não comera nada durante o dia inteiro — mas já era muito tarde. Poderia organizar meus papéis, e assistir ao noticiário da TV. Nesse instante, compreendi que todas essas ações não passavam de estratégias para sair da dor, e alcançar algum nível de prazer. Contudo, nenhuma delas era tão compulsiva assim

Precisava expandir minha lista de meios de experimentar prazer, independente da hora ou lugar

Você sabe como fazer para se sentir bem? Parece uma pergunta estúpida, não é mesmo? Mas você possui de fato um conjunto de meios específicos e fortalecedores para fazer se sentir bem de um momento para outro? Pode conseguir isso sem o uso de comida, álcool, drogas, cigarro, ou outras fontes viciantes? Tenho certeza de que você dispõe de alguns meios assim, mas vamos expandir a lista. Neste momento, tratemos de identificar algumas das opções positivas que você já tomou para fazê-lo se sentir bem.  Sente agora e escreva uma lista de coisas que já faz para mudar como se sente.  E já que está fazendo uma lista, por que não acrescentar algumas coisas novas que talvez não tenha experimentado antes, e que podem também mudar de uma forma positiva o seu estado

LISTA DE MEIOS DE MUDAR COMO ME SINTO, PARA IR DA DOR AO PRAZER, E ME SENTIR BEM IMEDIATAMENTE

*Anote em algum canto, bloco de notas, numa folha, guardanapo e etc. mas, não deixe de fazer.*

Não pare enquanto não tiver um mínimo de quinze meios para se sentir bem instantaneamente, e o ideal seria ter pelo menos vinte e cinco.

Este é um exercício a que você pode querer voltar, até ter cem meios!

Quando fiz minha lista, constatei que tocar música era um dos meios mais poderosos que eu podia usar para mudar meu estado num instante. Ler era outro meio de me sentir bem, porque mudava meu foco, e adoro aprender - em particular a leitura de alguma coisa instrutiva e informativa, algo que posso aplicar de imediato em minha vida. Mudar os movimentos do corpo é algo que posso fazer a qualquer momento para romper um estado limitador, e entrar num estado criativo.

os exercícios do meu StairMaster™ com música tocando a toda, pular numa cama elástica, correr oito quilômetros em aclive, nadar.

Aqui estão outros meios: dançar, cantar junto com meus CDs prediletos, assistir a um filme cômico, ir a um concerto, ouvir fitas de áudio informativas. Entrar numa Jacuzzi, tomar um banho quente. Fazer amor com minha esposa. Ter um jantar de família, com todos sentados à mesa, conversando sobre o que é mais importante para nós. Abraçar e beijar meus filhos, abraçar e beijar Becky. Levar Becky para assistir a um filme como Ghost, em que nos desmanchamos em lágrimas. Criar uma nova idéia, uma nova companhia, um novo conceito. Refinar ou melhorar qualquer coisa que eu esteja fazendo no momento. Criar qualquer coisa. Contar piadas para os amigos. Fazer qualquer coisa que me leve a sentir que estou contribuindo. Conduzir qualquer dos meus seminários, em particular os enormes (uma de minhas submodalidades prediletas). Aprofundar minhas recordações, lembrar com nitidez uma experiência maravilhosa que tive recentemente, ou no passado, dentro de meu diário.


SE VOCÊ NÃO TEM UM PLANO PARA O PRAZER, TERÁ DOR

Todo o segredo aqui é criar uma imensa lista de meios para se fazer sentir bem, a fim de não precisar recorrer a meios que sejam destrutivos. Se vincular dor aos hábitos destrutivos, e mais e mais prazer aos novos e fortalecedores, vai descobrir que a maioria destes é acessível na maior parte do tempo. Torne essa lista uma realidade; desenvolva um plano para o prazer em cada um e todos os dias. Não se limite a acalentar a esperança de que o prazer vai surgir de alguma forma; prepare-se para o êxtase. Abra espaço para o prazer!

Estamos falando aqui, mais uma vez, sobre o condicionamento do sistema nervoso, corpo e foco mental, para uma busca incessante, a fim de que tudo em sua vida o beneficie. Basta lembrar que se você continua a ter um padrão emocional limitador, é porque está usando o corpo de uma maneira habitual, ou ainda focaliza de um meio enfraquecedor. Se é o seu foco que precisa ser alterado, há um instrumento incrível que pode mudá-lo num instante. Você deve saber que...

 

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