PARTE CINCO

A Mudança Pode Acontecer Num Instante?


“Eis que vos digo um mistério: Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos...”


- I CORÍNTIOS 15:51 
 
DESDE QUE POSSO me lembrar, sempre sonhei em ter a capacidade de ajudar as pessoas a mudarem virtualmente qualquer coisa em suas vidas. Por instinto, ainda bem jovem, compreendi que para ser capaz de ajudar os outros a mudarem, tinha de ser capaz também de mudar.


Mesmo no início do segundo grau comecei a procurar o conhecimento, através de livros e gravações, que achava que poderia me ensinar os elementos fundamentais de como mudar o comportamento e emoção humanos.


Claro que eu queria melhorar certos aspectos da minha vida: sentir-me motivado, dar seqüência as coisas e agir, aprender a desfrutar a vida, e aprender a me relacionar com as pessoas. Não sei direito o motivo, mas de alguma forma vinculava prazer a aprender e partilhar coisas que pudessem fazer uma diferença na qualidade das vidas das pessoas, e leva-las a me apreciar, talvez mesmo a me amar.

Em decorrência, na escola secundária eu já era conhecido como o “Homem da Solução”. Se alguém tinha um problema, eu era a pessoa a quem devia procurar, e me orgulhava dessa identidade.

Quanto mais aprendia, mais me tornava viciado em aprender.

Compreender como influenciar a emoção e o comportamento humanos tornou-se uma obsessão para mim. Fiz um curso de leitura dinâmica, e desenvolvi um apetite voraz por livros. Li quase setecentos livros em uns poucos anos, quase todos nas áreas de desenvolvimento humano, psicologia, influência e desenvolvimento fisiológico. Queria saber qualquer coisa e tudo sobre como podemos aumentar a qualidade de nossas vidas, e tentei aplicar a mim mesmo, além de partilhar com outras pessoas. Mas não parei de ler. Tornei-me um fanático por fitas motivacionais, e, ainda na escola secundária, economizava meu dinheiro para participar de diferentes tipos de seminários de desenvolvimento pessoal. Como se pode imaginar, não demorei a sentir que ouvia apenas as mesmas mensagens, reformuladas muitas vezes.

Pouco depois de completar 21 anos, no entanto, tomei conhecimento de uma série de tecnologias, que podiam promover mudanças nas vidas das pessoas com a rapidez de um raio: tecnologias simples, como a Gestalt, e instrumentos de influência, como a hipnose ericksoniana e a Programação Neuro-Lingüística. Quando percebi que esses instrumentos podiam de fato ajudar as pessoas a criarem em minutos mudanças que antes levavam meses, anos ou até décadas, tornei-me um evangelista de sua difusão. Decidi empenhar todos os meus recursos para dominar essas tecnologias. E não parei por aí: assim que aprendia alguma coisa, tratava imediatamente de aplicá-la.

Nunca esquecerei minha primeira semana de treinamento era Programação Neuro-Lingüística. Aprendemos coisas como eliminar uma fobia da vida inteira em uma hora — o que podia demorar, através das muitas formas de terapia tradicional, cinco anos ou mais! No quinto dia, virei-me para os psicólogos e psiquiatras na turma, e disse: “Ei, pessoal, vamos procurar algumas pessoas com fobias e curá-las!” Todos me fitaram como se eu tivesse enlouquecido. Deixaram claro para mim que não me consideravam uma pessoa instruída, que tínhamos de esperar pela conclusão do programa de seis meses, passar pelo teste de aptidão, e só depois teríamos condições de usar o material!

Eu não estava disposto a esperar. Iniciei minha carreira, aparecendo em programas de rádio e televisão por todo o Canadá, e depois nos Estados Unidos também. Falava às pessoas sobre essas tecnologias para criar mudanças, e garantia que se quiséssemos mudar nossas vidas, quer se tratasse de um hábito enfraquecedor ou de uma fobia que nos controlava há anos, esse comportamento ou padrão emocional podia ser mudado numa questão de minutos, mesmo para quem vinha tentando a transformação há anos.

Era um conceito radical? Pode apostar que sim. Mas eu argumentava com veemência que todas as mudanças são criadas num momento. Acontece apenas que a maioria das pessoas espera até ter certeza de que as coisas vão acontecer, antes de decidir efetuar uma mudança. Se realmente compreendêssemos como o cérebro funciona, eu insistia, poderíamos suspender o processo interminável de analisar por que coisas nos aconteceram, e se pudéssemos apenas mudar aquilo a que vinculamos dor ou prazer, conseguiríamos com a maior facilidade mudar o sistema nervoso condicionado, e assumir o comando de nossas vidas no mesmo instante. Como podem imaginar, um garoto sem Ph.D. fazendo essas controvertidas declarações pelo rádio não foram muito bem aceitas pelos profissionais da saúde mental, com um treinamento tradicional.

Uns poucos psicólogos e psiquiatras me atacaram, alguns pelo rádio.

Assim, aprendi a basear minha carreira de mudar as pessoas em dois princípios: tecnologia e desafio. Sabia que contava com uma tecnologia superior, uma maneira superior de criar mudanças, com base em compreensões cruciais do comportamento humano que a maioria dos psicólogos tradicionais jamais estudara. E acreditava que se lançasse um desafio suficiente a mim mesmo e às pessoas com que trabalhava, poderia encontrar um meio de mudar qualquer coisa.

Um psiquiatra em particular me chamou de charlatão e mentiroso, acusou-me de formular falsas alegações. Desafiei-o a suspender seu pessimismo, e me conceder a oportunidade de trabalhar com um de seus pacientes, alguém que ele não conseguira mudar depois de anos de trabalho. Era uma iniciativa ousada, e a princípio ele não atendeu a meu pedido. Mas depois de utilizar um pouco de alavanca (uma técnica que descreverei no próximo capítulo), acabei conseguindo que o psiquiatra permitisse que uma de suas pacientes, por sua livre e espontânea vontade, comparecesse a uma das minhas sessões gratuitas. Ela concordou em me deixar trabalhar com a sua pessoa, na frente de todo mundo. Em quinze minutos, acabei com a fobia de cobras da mulher...

e na ocasião, ela já tinha sete anos de terapia com o psiquiatra que me atacara. Para dizer o mínimo, ele ficou espantado. Mais importante ainda, podem imaginar as referências que isso criou para mim, e o senso de certeza que me proporcionou sobre o que era capaz de realizar?

Tornei-me um homem delirante! Percorri todo o país, mostrando às pessoas como as mudanças podiam ocorrer num instante. Descobri que em qualquer parte as pessoas se mostravam céticas no início. Mas à medida em que apresentava resultados mensuráveis diante de seus olhos, conseguia não apenas atrair sua atenção e interesse, mas também obter sua disposição em aplicar o que eu dizia, a fim de produzir resultados concretos em suas próprias vidas.

Por que a maioria das pessoas acha que a mudança demora tanto tempo? Um motivo, óbvio, é que as pessoas já tentaram várias vezes, através da força de vontade, e fracassaram. A suposição que fazem então é a de que as mudanças importantes devem levar muito tempo, e são sempre difíceis. Na verdade, só é difícil porque a maioria das pessoas não sabe como mudar! Não temos uma estratégia eficaz. A força de vontade por si só não é suficiente... não se queremos obter uma mudança permanente.

O segundo motivo para não mudarmos depressa é o fato de que, em nossa cultura, temos um conjunto de convicções que nos impedem de usar nossas capacidades intrínsecas. Em termos culturais, vinculamos associações negativas à idéia de mudança imediata. Para a maioria, a mudança imediata significa que nunca houve de fato um problema. Se você pode mudar com tanta facilidade, por que não mudou há uma semana, há um mês, há um ano, e parou de se queixar?

Por exemplo, quão depressa uma pessoa pode se recuperar da perda de um ente amado, e começar a se sentir diferente? Em termos físicos, as pessoas possuem a capacidade de fazer isso na manhã seguinte. Mas não é o que acontece. Por quê? Porque temos em nossa cultura um conjunto de convicções determinando que devemos lamentar por um certo período.

Pense a respeito. Se no dia seguinte à perda de uma pessoa amada não fosse lamentada, isso não causaria muita dor em sua vida? Primeiro, os outros logo achariam que você não se importava com a pessoa que perdeu. E com base no condicionamento cultural, você próprio pode começar a pensar também que não se importava. O conceito de superar a morte com tanta facilidade é doloroso demais. Optamos pela dor da lamentação, em vez de mudar nossas emoções, até ficarmos satisfeitos de que foram cumpridas as regras e padrões culturais sobre o que é apropriado.

Mas há culturas em que as pessoas comemoram quando alguém morre! Por quê? Acreditam que Deus sempre sabe o momento certo para deixarmos este mundo, e que a morte é uma evolução. Também acreditam que se você lamentasse a morte de alguém, estaria apenas demonstrando a sua falta de compreensão da vida, e também o seu egoísmo. Como a pessoa foi para um lugar melhor, você sente pena só de si mesmo.

Vinculam o prazer à morte, e a dor à lamentação, e por isso lamentar um morto não faz parte de sua cultura. Não estou dizendo que o lamento é ruim ou errado, mas apenas que precisamos compreender que se baseia em nossas convicções de que levamos muito tempo para nos recuperarmos da dor.

Fazendo conferências por todos os Estados Unidos, eu encorajava as pessoas a promoverem mudanças em suas vidas, muitas vezes em trinta minutos ou menos. Não restava a menor dúvida de que criava muita controvérsia; e quanto mais sucessos obtinha, mais me tornava confiante e determinado. Para ser franco, eu me mostrava de vez em quando arrogante, e mais do que um pouco presunçoso. Comecei a me dedicar à terapia particular, ajudando as pessoas a mudarem, e logo estava promovendo seminários. Em poucos anos, eu passava três em cada quatro semanas viajando, sempre me pressionando ao máximo, dando tudo de mim, empenhado em ampliar minha capacidade de promover um impacto positivo sobre o maior número de pessoas, no prazo mais curto.

Os resultados obtidos se tornaram um tanto lendários. Os psicólogos e psiquiatras pararam de me atacar, e se interessaram em aprender minhas técnicas, para usar com seus pacientes. Ao mesmo tempo, minhas atitudes mudaram, passei a ser mais equilibrado. Mas nunca perdi a paixão por querer ajudar tantas pessoas quantas pudesse.

Um dia, há cerca de quatro anos e meio, não muito depois da primeira edição de Unlimited Power, eu estava dando autógrafos, ao final de um dos meus seminários para executivos, em San Francisco. Refletia sobre as incríveis recompensas que colhera, através dos compromissos que assumira comigo mesmo, quando ainda cursava a escola secundária: os compromissos de crescer, expandir, contribuir, e assim fazer uma diferença. À medida que cada rosto sorridente se adiantava, compreendi que me sentia a mais profunda gratidão por ter desenvolvido habilidades que podem fazer uma diferença em ajudar as pessoas a mudarem praticamente qualquer coisa em suas vidas. Quando o último grupo começou a se dispersar, um homem se aproximou e perguntou: — Está me reconhecendo?

Só naquele mês eu tivera contato com milhares de pessoas, e tive de admitir que não o reconhecia.

— Pense um pouco — insistiu ele.

Contemplei-o por alguns momentos, e a recordação surgiu de repente.

— Cidade de Nova York, certo?

— Isso mesmo — confirmou ele.

— Fiz um trabalho particular com você, ajudando-o a se livrar do hábito do fumo.

O homem acenou com a cabeça.

— Puxa, já se passaram anos! Como tem passado?

Ele enfiou a mão no bolso, tirou um maço de Marlboro, fitou-me com uma expressão acusadora.

— Você fracassou! 

O homem se lançou então a uma tirada sobre a minha incapacidade de “programá-lo” de maneira eficaz. Tenho de admitir que fiquei abalado.

Afinal, baseara minha carreira na disposição absoluta de me empenhar a fundo, no compromisso total de desafiar a mim mesmo e aos outros, na dedicação a tentar qualquer coisa para criar mudanças permanentes e eficazes com a velocidade de um raio. Enquanto o homem continuava a criticar minha ineficiência em “curá-lo” do hábito do fumo, especulei sobre o que poderia ter saído errado. Seria possível que meu ego tivesse superado meu verdadeiro nível de capacidade e competência? Pouco a pouco, passei a me fazer perguntas melhores: O que podia aprender com aquela situação? O que estava de fato ocorrendo naquele caso?

— O que aconteceu depois que trabalhamos juntos? — perguntei, esperando ouvir a informação de que ele voltara a fumar cerca de uma semana depois da terapia.

O homem parara de fumar por dois anos e meio, depois que eu trabalhara com ele por menos de uma hora! Mas um dia dera uma tragada, e agora voltara ao hábito de quatro maços por dia, culpando-me porque a mudança não perdurara.

E, de repente, me ocorreu: este homem não está sendo tão irracional assim. Afinal, venho ensinando algo chamado Programação Neuro-Lingüística. Pense um pouco sobre a palavra “programação”.

Sugere que você pode me procurar, eu o programo, e depois não há mais qualquer problema. Você não teria de fazer mais nada! Em decorrência de meu desejo de ajudar as pessoas ao nível mais profundo, eu cometera o mesmo erro que via em outros líderes no ramo de desenvolvimento pessoal: passara a assumir a responsabilidade pelas mudanças dos outros.

Compreendi naquele dia que inadvertidamente atribuíra a responsabilidade à pessoa errada — eu — e que aquele homem, ou qualquer outra dos milhares de pessoas com as quais trabalhara, poderiam muito bem voltar a seus antigos comportamentos, se deparassem com um desafio bastante difícil, porque me encaravam como o responsável por suas mudanças. Se as coisas não dessem certo, podiam convenientemente culpar alguém mais. Não tinham responsabilidade pessoal, e por isso não haveria dor, se não persistissem no novo comportamento.

Como resultado dessa nova perspectiva, decidi mudar a metáfora para o que faço. Parei de usar a palavra “programação”, porque a considero inacurada, embora continue a usar muitas técnicas da PNL.

Uma metáfora melhor para a mudança a longo prazo é condicionamento, Isso ficou consolidado quando, poucos dias depois, minha esposa contratou os serviços de um afinador de piano. O homem era um autêntico artesão. Trabalhou em cada corda do piano por horas e horas, esticando cada uma até o nível certo de tensão, para oferecer uma vibração perfeita. Ao final do dia, o piano estava com uma afinação magnífica. Quando lhe perguntei quanto devia, ele respondeu: — Não se preocupe. Trarei a conta na próxima visita.

— Próxima visita? Como assim?

— Voltarei amanhã, e depois uma vez por semana, durante o próximo mês. Em seguida, virei de três em três meses, pelo resto do ano, porque você mora à beira do mar.

— Mas por que tudo isso? Já não fez todos os ajustamentos necessários no piano? Não está ajustado direito?

— Está, sim, mas acontece que essas cordas são muito fortes; para mantê-las ao nível certo de tensão, tenho de condicioná-las para que assim permaneçam. Por isso, preciso voltar e tornar a esticá-las, regularmente, até que estejam condicionadas a ficar nesse nível.

Pensei: “Que grande negócio esse cara tem!” Mas também aprendi uma grande lição naquele dia.

É exatamente isso o que temos de fazer, se queremos criar uma mudança a longo prazo. Assim que efetuamos uma mudança, devemos reforçá-la no mesmo instante. Depois, temos de condicionar nosso sistema nervoso para ter êxito não apenas uma vez, mas sistematicamente. Você não iria a uma aula de aeróbia só uma vez e diria: “Agora tenho um corpo sensacional, e serei saudável pelo resto da vida.”

O mesmo acontece com suas emoções e comportamento. Temos de nos condicionar para o sucesso, o amor, a superação de nossos medos. E

através desse condicionamento, podemos desenvolver padrões que automaticamente nos levam ao sucesso sistemático e vitalício.

Precisamos lembrar que a dor e o prazer moldam todos os nossos comportamentos, e que a dor e o prazer podem mudar nossos comportamentos. O condicionamento exige a compreensão de como usar a dor e o prazer. O que você vai aprender no capítulo seguinte é a ciência que desenvolvi para criar qualquer mudança que você quiser em sua vida. Chamo-a de Ciência do Condicionamento NeuroAssociativo,™, ou NAC (pelo inglês, “NeuroAssociative Conditioning”). O que é isso? NAC é um processo gradativo que pode condicionar seu sistema nervoso a associar prazer às coisas que você está sempre querendo alcançar, e associar dor às coisas que precisa evitar, afim de ter um sucesso sistemático na vida, sem um constante esforço e força de vontade. Lembre-se de que são os sentimentos que fomos condicionados a associar no sistema nervoso — nossas neuroassociações — que determinam nossas emoções e comportamento.

Quando assumimos o controle das neuroassociações, assumimos o controle de nossa vida. Este capítulo lhe mostrará como condicionar suas neuroassociações, a fim de ter força para agir e produzir os resultados com que sempre sonhou. Visa a lhe proporcionar as condições de criar uma mudança sistemática e duradoura.

“As coisas não mudam; nós é que mudamos.” 

 

- HENRY DAVID THOREAU 

Quais são as duas mudanças que todos querem na vida? Não é verdade que todos queremos mudar 1) como nos sentimos em relação às coisas, ou 2) nossos comportamentos? Se uma pessoa passou por uma tragédia — sofreu maus-tratos em criança, foi estuprada, perdeu um ente amado, carece de amor-próprio — obviamente permanecerá em dor até que as sensações que vincula a si mesma, a esses eventos ou situações sejam mudadas. Da mesma forma, se uma pessoa come demais, bebe, fuma ou toma drogas, possui um conjunto de comportamentos que deve mudar. A única maneira de fazer com que isso aconteça é vincular dor ao antigo comportamento, e prazer a um novo comportamento.

Parece muito simples, mas descobri que, para sermos capazes de criar uma verdadeira mudança — uma mudança permanente — precisamos desenvolver um sistema específico para utilizar quaisquer técnicas que aprendemos para criar mudança, e há muitas. A cada dia descubro novas habilidades e novas tecnologias de uma variedade de ciências. Continuo a usar muitas das técnicas de PNL e ericksonianas com que iniciei minha carreira; mas sempre volto a usá-las dentro da estrutura das seis etapas fundamentais que a ciência do NAC representa.

Criei o NAC como um meio de usar qualquer tecnologia para mudança. O

que o NAC nos proporciona é uma sintaxe específica — uma ordem e seqüência — dos modos de usar qualquer conjunto de técnicas para criar uma mudança a longo prazo.

Tenho certeza de que você se lembra que no primeiro capítulo eu disse que um dos componentes fundamentais de criar uma mudança a longo prazo é uma modificação das convicções. A primeira convicção que devemos ter, se queremos criar uma mudança rápida, é a de que podemos mudar agora. Outra vez, a maioria das pessoas em nossa sociedade inconscientemente vincula muita dor à idéia de ser capaz de mudar depressa. Por um lado, desejamos mudar depressa, mas por outro nossa programação cultural ensina que mudar depressa significa que talvez nunca tivéssemos qualquer problema. Talvez apenas simulássemos, ou fôssemos indolentes. Devemos adotar a convicção de que podemos mudar de um momento para outro. Afinal, se você pode criar um problema num instante, deve ser capaz também de criar uma solução! Não sabemos que as pessoas quando finalmente mudam é de um momento para outro? Há um instante em que a mudança ocorre.

Por que não fazer com que esse instante seja agora? De um modo geral, é o aprontar-se para a mudança que exige bastante tempo. Todos já ouvimos a piada: P: Quantos psiquiatras são necessários para trocar uma lâmpada? 

R: Apenas. .. mas é muito caro, leva tempo, e a lâmpada tem de querer mudar. 

Bobagem! Nós temos de nos aprontar para a mudança. Temos que nos tornar nossos próprios conselheiros, e condutores de nossas vidas.

 A segunda convicção que devemos ter, se queremos criar uma mudança a longo prazo, é a de que somos responsáveis por nossa própria mudança, e não qualquer outra pessoa. Há três convicções específicas sobre responsabilidade que uma pessoa precisa ter se quer criar uma mudança a longo prazo: 1) Temos de acreditar que “Alguma coisa tem de mudar” — não que precisa mudar, ou pode mudar, ou deve mudar, mas um tem de mudar absoluto. Ouço com freqüência as pessoas dizerem “Preciso me livrar desse peso”, “Protelar é um péssimo hábito”, “Meus relacionamentos deveriam ser melhores”. Mas podemos usar todos os “deve” e “precisa”, e ainda assim a vida não vai mudar! Só quando algo tem de ser é que iniciamos o processo de fazer mesmo o que é necessário para transformar a qualidade de nossa vida.

2) Devemos não apenas acreditar que as coisas têm de mudar, mas também acreditar que “Eu tenho de mudá-las”. Devemos considerar a nós mesmos como a fonte da mudança. Caso contrário, ficaremos sempre à procura de outra pessoa para fazer a mudança por nós, e sempre teremos alguém para culpar quando não der certo.

Devemos ser fonte de nossa mudança, se queremos que essa mudança dure. 

3) Temos de acreditar que “Eu posso mudá-las”. Sem acreditar que a mudança é possível para nós, como já analisamos no capítulo anterior, não temos a menor possibilidade de realizar nossos desejos. 

Sem essas três convicções básicas, posso lhe assegurar que qualquer mudança que você efetuar sempre corre o risco de ser apenas temporária. Por favor, não me entenda mal — é sempre bom ter um grande orientador (um experto, um terapeuta, um conselheiro, alguém que já produziu esses resultados para muitas outras pessoas) para apoiá-los nos passos necessários para dominar sua fobia, deixar de fumar ou emagrecer. Mas, em última análise, você tem de ser a fonte de sua mudança. 

A interação que tive com o fumante recaído naquele dia me levou a formular para mim mesmo novas indagações sobre as fontes de mudança.

Por que eu fora tão eficiente ao longo dos anos? O que me distinguia de outros, que haviam tentado ajudar aquelas mesmas pessoas, com a mesma intenção, mas não conseguiram obter o resultado? E quando eu tentara criar uma mudança em alguém e fracassara, o que acontecera nesse caso? O que me impedira de produzir a mudança pela qual tanto me empenhara com aquela pessoa?

Passei então a formular indagações mais amplas, como “O que realmente faz a mudança ocorrer, em qualquer forma de terapia?” Todas as terapias funcionam durante algum tempo, e todas as formas de terapia falham em outras ocasiões. Também comecei a perceber duas outras coisas interessantes: algumas pessoas procuravam terapeutas que eu não considerava dos mais habilitados, e mesmo assim conseguiam alcançar a mudança desejada, num curto período. Também constatei que outras pessoas procuravam terapeutas que eu achava excelentes, mas nem por isso eram ajudadas a obter os resultados que desejavam a curto prazo.

Depois de alguns anos a testemunhar milhares de transformações e procurar pelo denominador comum, finalmente me ocorreu: podemos analisar nossos problemas por anos, mas nada muda até mudarmos as sensações que vinculamos a uma experiência em nosso sistema nervoso, e possuímos a capacidade de fazer isso depressa e com toda força, se compreendermos...



O PODER DO SEU CÉREBRO

Que magnífica dádiva com que nascemos! Aprendi que nosso cérebro pode nos ajudar a realizar praticamente qualquer coisa que desejarmos. Sua capacidade é quase incomensurável. A maioria das pessoas pouco sabe sobre a maneira como funciona, e por isso vamos focalizar por um momento esse centro incomparável de poder, e como podemos condicioná-lo para produzir de forma sistemática os resultados que desejamos em nossa vida.

Compreenda que seu cérebro aguarda ansioso cada ordem sua, pronto para executar qualquer coisa que lhe pedir. Só precisa de uma pequena quantidade de combustível: o oxigênio em seu sangue e um pouco de glicose. Em termos de complexidade e poder, o cérebro desafia até mesmo nossa mais moderna tecnologia de computador. É capaz de processar até trinta bilhões de bits de informações por 3 segundo, e possui o equivalente a dez mil quilômetros de fios e cabos. Tipicamente, o sistema nervoso humano contém cerca de 28 bilhões de neurônios (células nervosas projetadas para conduzir impulsos). Sem neurônios, o sistema nervoso seria incapaz de interpretar as informações que recebemos através dos órgãos dos sentidos, incapaz de transmiti-las para o cérebro, e incapaz de cumprir as instruções do cérebro sobre o que fazer. Cada um desses neurônios é um minúsculo computador auto-suficiente, capaz de processar cerca de um milhão de bits de informações.

Esses neurônios agem de forma independente, mas também se comunicam com outros neurônios, através de uma espantosa rede de 160 mil quilômetros de fibras nervosas. O poder do seu cérebro de processar informações é incrível, ainda mais se consideramos que um computador — até o computador mais rápido — só pode efetuar uma conexão de cada vez. Em contraste, uma reação num neurônio pode espalhar-se a centenas de milhares de outros, num prazo inferior a 20 

nilissegundos. Para lhe dar uma perspectiva, isso representa cerca de dez vezes menos do que é preciso para piscar um olho.  

Um neurônio leva um milhão de vezes mais tempo para enviar um sinal do que uma típica chave de computador, mas o cérebro pode reconhecer um rosto familiar em menos de um segundo — um feito além da capacidade dos computadores mais potentes. O cérebro alcança essa velocidade porque, ao contrário do processo passo a passo do computador, seus bilhões de neurônios podem todos atacar um problema simultaneamente.

Assim, com todo esse poder à nossa disposição, por que não podemos fazer com que nos sintamos felizes sempre? Por que não podemos mudar um comportamento, como fumar ou beber, comer demais ou protelar as decisões? Por que não podemos imediatamente nos livrar da depressão, acabar com a frustração, e sentir alegria em cada dia de nossas vidas? Nós podemos! Cada um de nós tem à disposição o mais extraordinário computador do planeta, mas infelizmente ninguém nos deu um manual para operá-lo. A maioria não tem idéia de como o cérebro funciona, e por isso tentamos pensar para alcançar uma mudança, quando na verdade nosso comportamento está enraizado no sistema nervoso, sob a forma de conexões físicas-conexões neurais... ou o que eu chamo de neuroassociações.



NEUROCIÊNCIA: SUA PASSAGEM

PARA UMA MUDANÇA PERMANENTE

Contamos agora com grandes avanços em nossa capacidade de compreender a mente humana por causa de uma união entre dois campos bem diferentes: a neurobiologia (o estudo do funcionamento do cérebro) e a ciência de computador. A integração dessas ciências criou a disciplina da neurociência.

Os neurocientistas estudam como as neuroassociações ocorrem, e descobriram que os neurônios estão constantemente enviando mensagens eletroquímicas de um lado para outro, através das pistas neurais, não muito diferente do tráfego numa artéria movimentada.

Toda essa comunicação acontece ao mesmo tempo, cada idéia ou memória se deslocando por sua própria pista, enquanto literalmente bilhões de outros impulsos viajam em direções individuais. Essa disposição nos permite pular mentalmente da lembrança do cheiro de pinheiros numa floresta depois da chuva para a melodia obsedante de um musical da Broadway, planos meticulosos para uma noite com a pessoa amada, e o tamanho e textura excepcionais do polegar de um recém-nascido.

Não apenas esse complexo sistema nos permite desfrutar a beleza de nosso mundo, mas também nos permite sobreviver nele. Cada vez que experimentamos uma quantidade significativa de dor ou prazer, o cérebro procura pela causa e a registra no sistema nervoso, para permitir-nos tomar melhores decisões sobre o que fazer no futuro. Por exemplo, sem uma neuroassociação em seu cérebro para lembrá-lo de que estender a mão para o fogo o queimaria, você poderia cometer esse erro várias vezes, até ficar com uma queimadura grave. Assim, as neuroassociações prontamente fornecem ao cérebro os sinais que nos ajudam a ter acesso às memórias, e manobrar em segurança através da vida.

“Para a mente obtusa, toda a natureza é sombria. Para a mente iluminada, o mundo inteiro arde e faísca com luz.” 

 


- RALPH WALDO EMERSON 

Quando fazemos alguma coisa pela primeira vez, criamos uma conexão física, um tênue fio neural, que nos permite um re-acesso a essa emoção ou comportamento no futuro. Pense da seguinte maneira: cada vez que repetimos o comportamento, a conexão, é reforçada.

Acrescentamos outro fio à conexão neural. Com repetições suficientes e intensidade emocional, podemos acrescentar muitos fios ao mesmo tempo, aumentando a força tênsil desse padrão emocional ou de comportamento, até termos uma “linha tronco” para esse comportamento ou sentimento. É quando nos sentimos compelidos a experimentar esses sentimentos, ou nos comportarmos dessa forma sistematicamente. Em outras palavras, essa conexão se torna o que já classifiquei de “superestrada” neural, que nos levará por um curso de comportamento automático e consistente.

Abra a imagem:


 

Essa neuroassociação é uma realidade biológica — é física. É por isso que pensar para alcançar uma mudança é em geral ineficaz; as neuroassociações são um instrumento de sobrevivência, e se acham enraizadas no sistema nervoso como conexões físicas, e não como “memórias” intangíveis. Michael Merzenich, da Universidade da Califórnia, em San Francisco, demonstrou cientificamente que quanto mais nos entregamos a qualquer padrão de comportamento, mais forte esse padrão se torna.

Merzenich mapeou as áreas específicas no cérebro de um macaco que eram ativadas quando um determinado dedo da mão do macaco era tocado. Depois, treinou esse macaco a usar esse dedo de forma predominante, a fim de ganhar comida. Quando Merzenich tornou a mapear as áreas ativadas pelo contato no cérebro do macaco, descobriu que a área reagindo aos sinais desse uso aumentado do dedo se expandira em tamanho quase 600 por cento! Agora, o macaco persistia no comportamento mesmo quando não era mais recompensado, porque a pista neural se consolidara.

Uma ilustração disso no comportamento humano pode ser a de uma pessoa que não mais gosta de fumar, mas ainda sente uma compulsão em fazê-lo. Por quê? Essa pessoa se encontra fisicamente “ligada” a fumar. Isso explica por que você pode ter achado difícil criar uma mudança em seus padrões emocionais ou comportamentos no passado. Não tinha apenas um “hábito” — criara uma rede de fortes neuroassociações dentro de seu sistema nervoso.

Desenvolvemos essas neuroassociações de forma inconsciente, permitindo-nos emoções ou comportamentos numa base sistemática.

Cada vez que você se entrega à emoção da raiva ou ao comportamento de gritar com uma pessoa amada, reforça a conexão neural e aumenta a probabilidade de fazer isso de novo. A boa notícia é a seguinte: a pesquisa também demonstrou que quando o macaco foi forçado a parar de usar o dedo, a área do cérebro em que eram efetuadas essas conexões neurais começou a encolher no tamanho, e assim a neuroassociação enfraqueceu.

O que é uma grande notícia para aqueles que querem mudar seus hábitos! Se você parar de se entregar a um comportamento ou emoção específico por tempo suficiente, se interromper seu padrão de usar a pista antiga por um período bastante longo, a conexão neural vai enfraquecer e atrofiar. Assim também desaparece o comportamento ou padrão emocional enfraquecedor. Devemos ainda lembrar que se você não usar sua paixão, ela vai definhar. Não se esqueça: a coragem sem uso diminui. O empenho sem exercício murcha. O amor não partilhado se dissipa.

“Não é suficiente ter uma boa mente: o principal é usá-la bem.” 


 

- RENÉ DESCARTES 

O que a ciência do Condicionamento NeuroAssociativo oferece são seis passos projetados para mudar o comportamento pelo rompimento de padrões que o enfraquecem. Primeiro, no entanto, devemos compreender como o cérebro efetua uma neuroassociação. Em qualquer momento em que você experimenta quantidades significativas de dor ou prazer, seu cérebro no mesmo instante procura pela causa. Usa os três critérios seguintes: 1. O cérebro procura por algo que pareça ser singular. Para reduzir as causas prováveis, o cérebro tenta distinguir algo que seja excepcional às circunstâncias. Parece lógico que se você está tendo sentimentos fora do normal, então deve haver uma causa fora do normal.

2. O cérebro procura por algo que pareça estar ocorrendo simultaneamente. Isso é conhecido nos círculos de psicologia como a Lei da Recenticidade. Não faz sentido que algo que ocorre no momento (ou na proximidade) de intenso prazer ou dor seja a causa provável dessa sensação?

3. O cérebro procura por coerência. Se você sente dor ou prazer, seu cérebro começa no mesmo instante a registrar o que é diferente ao redor, e está acontecendo ao mesmo tempo. Se o elemento que atende a esses dois critérios também parece ocorrer de forma consistente sempre que você sente essa dor ou prazer, pode ter certeza de que o cérebro vai determinar que se trata da causa. O problema neste caso é que tendemos a generalizar sobre a consistência quando sentimos bastante dor ou prazer. Tenho certeza de que alguém já lhe disse “Você sempre faz isso”, depois que fez algo pela primeira vez. Talvez até você já tenha dito isso a si mesmo.

Como os três critérios para a formação de neuroassociações são tão imprecisos, é muito fácil cair em interpretações erradas, e criar o que eu chamo de falsas neuroassociações. E por isso que devemos avaliar os vínculos antes que se tornem uma parte de nosso processo inconsciente de tomada de decisões. Muitas vezes culpamos a causa errada, e assim nos fechamos a possíveis soluções. Conheci uma mulher, uma artista bem-sucedida, que há doze anos não tinha um relacionamento com um homem. Ela era bastante apaixonada em tudo o que fazia; e era isso o que a tornava uma artista excepcional. Mas quando seu relacionamento terminou, experimentou uma dor enorme, e o cérebro no mesmo instante procurou pela causa — procurou por algo que fosse específico daquele relacionamento.

O cérebro registrou que o relacionamento fora dos mais apaixonados. Em vez de identificar isso como uma das partes mais bonitas do relacionamento, ela começou a pensar que fora a razão para seu término. O cérebro também procurou por algo simultâneo à dor; outra vez registrou que houvera muita paixão pouco antes de acabar.

Quando ele procurou por algo que fosse consistente, outra vez a paixão foi determinada com a culpada. Como a paixão atendia a todos os três critérios, o cérebro concluiu que devia ter sido o motivo para que o relacionamento findasse em dor.

Vinculando isso como a causa, ela resolveu que nunca mais sentiria aquele nível de paixão num relacionamento. É um exemplo clássico de uma falsa neuroassociação. Ela vinculara uma falsa causa, e isso guiava agora seus comportamentos, e frustrava o potencial para um relacionamento melhor no futuro. O verdadeiro culpado pelo fracasso do relacionamento era o fato de ela e seu parceiro terem valores e normas diferentes. Mas como ela vinculava dor à sua paixão, evitava-a a qualquer custo, não apenas nos relacionamentos, mas também em sua arte. A qualidade de toda a sua vida começou a sofrer.

Este é um perfeito exemplo das maneiras estranhas pelas quais às vezes nos sintonizamos; devemos compreender como o cérebro formula associações, e questionar muitas dessas conexões aceitas, e que podem estar limitando nossas vidas. Caso contrário, estamos fadados, em nossa vida pessoal e profissional, a nos sentirmos irrealizados e frustrados.



UMA FONTE DE AUTO-SABOTAGEM

Ainda mais insidiosas são as neuroassociações mistas, a clássica fonte de auto-sabotagem. Se você alguma vez já se descobriu a começar a fazer alguma coisa, para em seguida destruir tudo, saiba que em geral pode encontrar a culpa nas neuroassociações mistas. Talvez sua empresa estivesse avançando aos arrancos, prosperando num dia, para se arrebentar no seguinte. Qual é o problema? É um caso de associar dor e prazer à mesma situação.

Um exemplo com que muitas pessoas podem se relacionar é o dinheiro. Em nossa cultura, temos associações confusas demais com a riqueza. Não pode haver a menor dúvida de que as pessoas querem dinheiro. Acham que lhes proporcionaria mais liberdade, mais segurança, uma oportunidade de contribuir, uma oportunidade de viajar, aprender, crescer, fazer uma diferença. Ao mesmo tempo, porém, a maioria das pessoas jamais escala acima de um certo nível de ganhos, porque no fundo associam ter dinheiro em “excesso” a uma porção de coisas negativas. Associam à ganância, a ser julgado, à tensão, com imoralidade ou falta de espiritualidade.

Um dos primeiros exercícios que peço às pessoas para fazerem, em meus seminários de Destino Financeiro™ (Financial DestinyTM, é determinar todas as associações positivas que têm com a riqueza, assim como as negativas. No lado positivo, anotam coisas como liberdade, luxo, contribuição, felicidade, segurança, viagem, oportunidade, e fazer uma diferença. Mas no lado negativo (que em geral tem mais coisas) anotam coisas como brigas conjugais, tensão, culpa, noites insones, esforço 

intenso, ganância, superficialidade e complacência, serem julgadas, impostos. Pode notar uma diferença de intensidade entre os dois conjuntos de neuroassociações? Em sua opinião, qual o que desempenha um papel maior em suas vidas?

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Quando você está decidindo o que fazer, se seu cérebro não tem um sinal claro do que eqüivale a dor e do que eqüivale a prazer, entra em sobrecarga, e fica confuso. Em conseqüência, você perde o ímpeto e o poder de tomar ações decisivas que poderiam lhe proporcionar o que deseja. Quando você transmite ao cérebro mensagens confusas, vai obter resultados confusos. Pense no processo de tomar decisões do cérebro como se fosse uma balança: “Se eu fizesse isso, haveria dor ou prazer?” E

lembre-se de que o importante não é apenas o número de fatores em cada lado, mas também o peso de cada um. É possível que você tenha mais associações agradáveis do que dolorosas em relação ao dinheiro, mas se apenas uma das associações negativas for muito intensa, então essa falsa neuroassociação pode liquidar sua capacidade de obter sucesso financeiro.



A BARREIRA DOR-DOR

O que acontece quando você chega a um ponto em que sente que haverá dor, não importa o que faça? Muitas vezes, quando isso ocorre, ficamos imobilizados — não sabemos o que fazer. De um modo geral, optamos pelo que acreditamos ser a alternativa menos dolorosa. Algumas pessoas, no entanto, permitem que essa dor as domine por completo, e experimentam o desamparo adquirido.

Usar os seus passos do NAC vai ajudá-lo a interromper esses padrões enfraquecedores. Você criará cursos alternativos, e com isso não vai apenas “desejar” o fim de um comportamento indesejável, ou a sua superação a curto prazo, mas estará na verdade se re-sintonizando para sentir e se comportar de uma forma coerente com suas novas e fortalecedoras opções. Sem mudar aquilo a que vincula dor e prazer no sistema nervoso, nenhuma mudança vai perdurar.

Depois de ler e compreender os seis passos seguintes, eu o conclamo a escolher uma coisa que quer mudar em sua vida imediatamente. Entre em ação, seguindo cada uma das etapas que vai aprender agora. Não se limite apenas a ler o capítulo seguinte, mas promova mudanças em decorrência de sua leitura. Vamos começar por aprender...


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